quarta-feira, 14 de maio de 2014

No país do futebol todos somos técnicos (E na minha empresa o que sou?).


Somos mais de 200 milhões de técnicos de futebol no país que se diz do futebol. Se fosse o caso convocaríamos uma seleção invencível, imbatível, que não perderia um jogo sequer. Saberíamos como ganhar praticamente todos os jogos de goleadas. Nossa seleção seria única e coesa, criativa, agressiva, dinâmica, ofensiva e defensiva dependendo das circunstâncias e das situações. Pena que quando tratamos da arte da administração essa característica do brasileiro não aflora, não aparece. Tristemente inexiste. Uma das mais modernas técnicas de administração conhecida por “coaching” é um programa que detecta os principais defeitos e falhas que um “líder” pode cometer no exercício de suas funções e procura apresentar os caminhos para serem corrigidos, tudo em benefício da equipe. Na língua inglesa a palavra “coach” significa “técnico”. Você caro patrício que exerce função de liderança em uma empresa entende como ninguém de futebol e, assim como todos nós brasileiros, consegue melhor que o próprio técnico da seleção brasileira convocar, escalar e liderar os craques graças ao seu talento nato, entretanto não consegue liderar sua equipe no trabalho. O ideal é que todos os diretores, gerentes, chefes e supervisores possam levar para suas empresas as técnicas da liderança conhecida por coaching. Certamente as equipes ficariam mais unidas, coesas e, desse modo, os principais talentos seriam reconhecidos e valorizados, a motivação viria à tona onde os indivíduos se empenhariam com mais dedicação ao trabalho por melhores resultados. Hoje muitos executivos já mudaram e outro tanto estão mudando seus comportamentos, atitudes e estilos de gestão graças ao “coaching”. Este programa é uma realidade e uma tradição nas maiores corporações dos Estados Unidos da América, do Canadá, da  Europa e da Ásia. Como se sabe, os Estados Unidos da América tem cerca de 300 milhões de técnicos de basquete, o esporte adorado pela maioria do povo norte americano. É um esporte praticado nas praças e parques pelo povo, de onde saem craques que são logo contratados pelas universidades. O “coaching” chegou ao Brasil no final da década de 80. Seu programa é dirigido aos líderes desde gerentes, diretores até presidentes de organizações. Trata-se de um programa que geralmente é orientado por consultores habilitados para esse tipo de trabalho. Seu conteúdo inclui um “Raio-X” do executivo submetendo-o a um “feedback” compulsório. Todos os envolvidos no programa, subordinados, superiores e, em alguns casos, até clientes, avaliam os aspectos positivos e negativos do estilo gerencial do executivo. Os subordinados respondem por escrito, sem revelarem suas identidades, a uma série de questões do tipo: “Meu chefe considera minhas habilidades quando me passa tarefas?” - “Ele ajuda a obter os recursos necessários para o meu trabalho?” Questões como estas contribuem para que falhas cometidas pelos envolvidos no programa surjam já nesta etapa. As respostas mostram de fato o que deve e necessita ser melhorado, bem como processar eventuais melhorias. As respostas colhidas alimentam o conteúdo do treinamento. Neste tipo de trabalho você terá oportunidade realizar a uma auto avaliação ficando surpreso com seu resultado. É um processo de auto conhecimento. Poderá levar um choque com os resultados ao descobrir o quanto está desatualizado com as modernas técnicas gerenciais, administrativas e do mundo dos negócios, especialmente quanto a forma de liderar equipes para se chegar a melhores resultados sem desgastes e com a equipe inteira. Algumas empresas no Brasil treinaram seus funcionários para desenvolverem esse programa internamente. O coaching tornou-se um diferencial competitivo, além de ser uma excelente maneira de motivar e desenvolver pessoas o que leva a fortalecer os laços entre os membros da equipe. Cerca de 80% das competências das pessoas são desenvolvidas no exercício do seu trabalho.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresa em Administração Geral e em Recursos Humanos. afifbittar.blogspot.com           (14/03/08).

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