quinta-feira, 8 de março de 2012

Gestão das Competências.

A gestão das competências deverá ser entendida nas empresas pelas áreas de RH como uma forma eficiente e, por que não dizer, eficaz de se conseguir um melhor aproveitamento de uma parte dos ativos intangíveis da organização, cuja soma resulta no seu capital intelectual. Uma dessas partes dos bens não financeiros, não tecnológicos e não materiais, por mais incrível que possa parecer é, exatamente, aquela formada pelas competências, isto é, pelas pessoas. A Psicologia Industrial/Organizacional define as competências como sendo as aptidões de um profissional para realizar as tarefas próprias e específicas de um cargo. Sendo um tanto quanto mais simplório podemos dizer que  competência é o que cada pessoa possui em termos profissionais e que são: conhecimentos, habilidades, atitudes, interesses, valores etc., os quais combinados adequadamente levam o indivíduo a desempenhar seu trabalho de forma diferenciada, única mesmo. Cada pessoa possui suas competências e cada qual deverá obrigatoriamente saber quais são elas. Todos temos algumas limitações havendo um certo limite em nossas competências, além desse limite nada sabemos. Em virtude dessas limitações costumo dizer que todos somos incompetentes e que devemos seguir aprendendo cada dia, seja na própria carreira ou em outra atividade qualquer, agregando e enriquecendo novos conhecimentos e aptidões e ampliando cada vez mais nossos horizontes. Os ativos intangíveis da empresa são os verdadeiros e únicos detentores do conhecimento. Infelizmente são pouquíssimas as empresas que valorizam esse patrimônio, esse riquíssimo capital, o mais importante de qualquer organização por ser ele o capital intelectual e que, raríssimas vezes tem sido reconhecido como um bem pelas organizações. Para cada indivíduo as competências podem ser vistas sob dois aspectos: generalidade ou independência e especificidade. A generalidade e a característica das competências que podem ser aplicadas a qualquer dos diferentes departamentos da organização em diferentes situações, enquanto que a especificidade diz respeito a um fato determinado, intrínseco e específico a uma organização, atendendo unicamente a um processo seu interno. Ambas as características estão intrinsecamente ligadas às pessoas, não aos cargos, já que a competência é do indivíduo, pertence exclusivamente a ele, e não ao cargo por ele ocupado. Vejamos um exemplo do que acabamos de explanar dentro das competências. Imagine uma recepcionista de uma empresa de tecnologia. Conforme as competências  aqui classificadas teremos:
Generalidade: Capacidade de se relacionar com pessoas, dinamismo, conhecimento de informática.
Especificidade: Saber se mover pela internet da empresa, entender das tecnologias utilizadas internamente, conhecer os clientes.
Competência é isso aí pessoal. Generalizando podemos dizer que é a pessoa certa no lugar certo. O que é complicado neste caso é identificar as competências de uma pessoa. Um primeiro passo pode ser dado a partir de uma análise dos indicadores que são indispensáveis para um cargo, tomando por base as técnicas de seleção por competência. Aqui o grande desafio será unir estas duas magníficas ferramentas, Seleção e Gestão por Competências.  Desse modo teremos dois instrumentos de gestão a serviço da eficiência e eficácia empresarial. Finalizando esta breve divagação sobre Gestão das Competências digo que ela é o processo de identificar, analisar e administrar todo o conhecimento que o pessoal da companhia detém e que seja relevante para seus negócios. É ter conhecimento de tudo que os profissionais conhecem e sabem fazer. Conheço alguns chefetes de departamento de pessoal que costumam opinar sobre competência e desempenho de funcionários de outras áreas interferindo, indevidamente, em processos de promoção de funcionários. Este tipo de indivíduo é absolutamente incompetente nesse assunto e não deveria nunca meter a mão na cumbuca alheia. Ele, que Deus nos livre, pensa que sabe de tudo mas, na verdade, não sabe absolutamente nada. Ele pensa que sabe e sabe que não sabe. Infelizmente fui obrigado a conviver por algum tempo com pessoas incompetentes desse quilate. Cuidado com essa gente já que são capazes de tudo para sobreviver. O que dissemos até aqui tem um enorme significado. Necessitamos saber o que a organização sabe a fim de prepará-la e adaptá-la às necessárias mudanças que ocorrerão, bem como aos desafios impostos pela desordem dos novos tempos. Estes desafios exigem de todos muito esforço, criatividade e competência acima de tudo para enfrentar os turbulentos dias que virão.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.  (08/07/10).

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