Eficácia é fazer a coisa certa, é o resultado; é atingir o objetivo, exatamente aquilo que se deve fazer, trata-se da sua missão. Você foi eficaz porque concluiu sua missão.
Eficiência é fazer certo, o meio para se atingir um resultado; é a atividade propriamente dita; é aquilo que se faz, que se deve fazer.
Este é um conceito muito antigo, entretanto, continua muito atual no presente momento, sendo implacavelmente alguma coisa pertencente aos dias de hoje. O fato de não se compreender estes dois conceitos ou, o que se torna muito pior, confundi-los, provoca, sem nenhuma dúvida, grandes perdas à performance e, evidentemente, aos resultados esperados por você, pela sua equipe e pela sua empresa. As diferenças entre ambos os conceitos podem até parecer sutis, contudo, são extremamente importantes. Peter Drucker, um grande mestre que dispensa apresentações, é enfático ao afirmar que eficiência é fazer certas as coisas e eficácia e fazer as coisas certas. Ele ainda complementa dizendo que o resultado final depende de fazer certas as coisas certas. Vejamos cada um desses conceitos com alguns detalhes a mais: Considerando tudo que foi dito aqui, vamos checar algumas percepções organizacionais muito naturais que confundem e acabam levando-nos a cometer erros de diagnóstico e, por conseguinte, de tomada de decisão. Vejamos inicialmente, qual a missão da área de Treinamento da sua empresa? Sua primeira resposta natural poderia ser: treinar pessoas, reciclar, formar, desenvolver ou algo muito parecido. Certo? Não, sua resposta não está correta. Perceba que as respostas estão representadas por verbos e dirigem-se à ação e, portanto, referem-se àquilo que se faz, ou à atividade ou ao meio para se atingir um resultado. O resultado comumente chamado de missão poderia ser consignado como: “pessoas aptas para satisfazer as necessidades da organização”. Este é o objetivo. A área de treinamento treina ou desenvolve atividades para atingir um determinado resultado. Na prática os treinadores se utilizam de um indicador de “homens/horas/treinamento” para medir resultados de treinamentos quando estão medindo apenas o esforço, isto é, a eficiência no desenvolvimento da ação, porém não a eficácia. Afinal qual foi o resultado desse esforço em treinamento? Para ficar mais claro ainda vejamos outro exemplo: Qual a missão da área de manutenção de ar condicionado da sua empresa? Novamente a resposta natural seria: consertar ar condicionado. Esta seria também uma resposta errada. Consertar ar condicionado é o que a área de manutenção faz para atingir sua missão que é: Ar Condicionado Funcionando. O que tudo isso nos diz? Diz que geralmente provocamos um grande desvio na qualidade da contribuição das pessoas fortalecendo a atividade muitas vezes distanciada do objetivo. Freqüentemente a área de manutenção de ar condicionado é medida pelo tempo que gasta consertando o ar condicionado, quando deveria ser avaliada pelo tempo que não gasta consertando, ou seja, sua eficácia consiste em manter o equipamento funcionando por muito mais tempo. Esta é verdadeiramente a medida da eficácia da área de manutenção. Vejam vocês que erros primários individuais e globais, como os vistos acima, podem provocar significativos danos às organizações. Citarei um exemplo clássico que ilustrará com rara perfeição o que acabamos de explanar. É o caso de determinados relatórios elaborados por algumas áreas de algumas empresas. Você que está lendo este artigo poderá muito bem se identificar com o que irei dizer. No final de cada mês sua área e as de seus colegas elaboram relatórios escritos ao diretor responsável. Estes relatórios, peças muito bem elaboradas, contendo lindos gráficos coloridos demonstrativos da evolução das vendas, das despesas etc., são considerados elementos importantes para a tomada de decisão da presidência da sua empresa. Alguns deles são lidos e discutidos em reunião, outros sequer são vistos pela diretoria. Vão diretamente para o arquivo. Todos os relatórios são muito bem feitos, contendo dados exatos, sem nenhuma falha, podendo ser considerados eficientes. Contudo, nem todos são eficazes, isto é, aqueles relatórios que sequer foram lidos não continham dados considerados importantes para tomada de decisão, embora tivessem sido realizados com muita correção e exatidão. Percebeu a diferença?
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos. (15/07/10).
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