“Eu” é igual “A Gente” e diferente de “Nós”.
Tudo que “eu” sou e sei aprendi nos grupos sociais com os quais convivo atualmente e convivi. Nasci, cresci e fui educado em uma família, estudei em diferentes escolas onde muito aprendi, recebi uma educação religiosa da preferência de minha família, participei de alguns grupos de amigos tendo recebido inúmeras influências, freqüentei um clube onde travei muitos conhecimentos, trabalhei em algumas empresas onde pude enriquecer meu currículo profissional e pessoal. Todos esses contatos contribuíram substancialmente para a formação educacional, cultural e profissional da minha personalidade. Na verdade “eu” sou tudo o que demonstro através do meu comportamento, “eu” não sou apenas “eu” e sim “nós”. O principal defeito de todos “nós” brasileiros é dizer quando algo foi feito por uma equipe, “a gente fez isso ou aquilo” quando deveria dizer “nós fizemos”. Nada se faz sozinho. Vivemos em grupo, trabalhamos em grupo, nascemos em um grupo social, fomos e continuamos sendo educados em diferentes grupos sociais, recebemos uma formação cultural, educacional e profissional em diversas instituições, enfim, somos produtos do meio em que nascemos e vivemos, crescemos e, lamentavelmente, não aprendemos a dizer “nós”. Neste particular a educação falhou redondamente. Recebemos uma educação muito individualista e voltada inteiramente para o individualismo, para uma competição individual e não grupal. Nas empresas meu trabalho tem relação com o trabalho de outras áreas e pessoas. Somos interdependentes. “Eu” sozinho não sou ninguém. Perceba que “eu” recebo parte do meu trabalho de uma área, realizo atividades em apenas uma determinada parcela do trabalho total enviando-a, em seguida, para outra área a fim de que seja dada continuidade nas operações e conclusão do serviço. Todos devemos trabalhar como se fossemos um time de futebol ou de basquete, onde toda a equipe irá atuar como se a vitória de um seja a vitória de todos. “Eu” deve ser substituído por “Nós”. Deixe de usar e abusar desse termo individualista “A Gente”. Fale menos na primeira pessoa do singular e mais na primeira pessoa do plural. Lembre-se, ninguém faz sucesso sozinho.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos. (15/02/11).
A Ditadura do Tempo. A Ditadura do Relógio.
Somos todos escravos da forma de vida que vivemos. Escravos do transporte coletivo, dos horários apertados, da correria em razão dos congestionamentos nas metrópoles, nos grandes centros deste imenso Brasil e, até mesmo, nesta cidade que um dia foi pacata e tranqüila. Para nós que aqui vivemos aquela tranqüilidade já era. Hoje existem horários em que o trânsito fica mais carregado. Também pudera, existem alguns folgados (homens e mulheres) que vão à padaria de carro quando poderiam andar a pé duas quadras apenas. São folgados mesmo. Mal sabem que as caminhadas fazem muito bem e que a inatividade é absolutamente prejudicial ao organismo. O sedentarismo viola todas as leis da natureza. Em virtude de toda essa correria, a grande desculpa das pessoas é uma só: “não temos tempo para visitar e nem ao menos telefonar para amigos e familiares”. Sabemos muito bem que o tempo não para, ele caminha sempre para frente, nós deveríamos ser os controladores do tempo, e agir sobre ele e sobre nossas cabeças e nossos corpos. Somos nós que planejamos e controlamos o tempo. Quem quer faz acontecer, bastam boa vontade, um mínimo de planejamento, administração, controle e as coisas começam a fluir e acontecer. Ninguém é escravo do tempo, você é escravo da sua desorganização, do seu descuido com colegas, amigos e familiares. Você é escravo de você mesmo, quando não sabe e nem procurou saber minimamente o que é e como planejar suas atividades. No fundo você é mesmo desorganizado.
Marcos e a Ditadura do Legislativo Brasileiro.
Marcos um dos mais festejados e aplaudidos jogador de futebol, goleiro do Palmeiras aposentou. Como dizem os comentaristas dependurou as chuteiras. Em sua despedida disse que seu pai pediu que ele agisse de modo a preservar o nome da família. E essa família foi honrada e preservada por um cidadão honrado e respeitado por torcidas contrárias ao clube Palmeiras. Um excelente craque e um grande homem que sempre soube respeitar sua profissão, seu clube e seus adversários. Grande Marcos, grande jogador e um digno cidadão de respeito. Mas, o que a ver esse grande homem com o Legislativo brasileiro? Tem tudo a ver. Marcos procura e procurou por todos os meios manter preservado e respeitado seu nome, o nome de sua família, que é algo que não pode de modo algum ser maculado. E fez isso com a maior dignidade como homem e como profissional modelo, exemplar. E o nosso Legislativo? Bem, ora, todos sabemos que não há dignidade nesse poder. Sabe-se que político não é um ser comum, é um ser que mente tanto e que acaba acreditando na sua mentira. O que dizer do corporativismo que domina essa casta arrogante e mentirosa. O que é pior em tudo é que eles se protegem em leis que aprovem no intuito de se preservam ilesos. É um corporativismo indecente, nojento mesmo. São Marcos, como era conhecido este magnífico goleiro, é um cara que dignificou sua profissão e seu nome. Caso você ainda não tenha notado a delicada diferença entre o Marcos da Sociedade Esportiva Palmeiras e os nossos indistintos políticos, você está necessitando receber uns passes em um centro espírita ou de uma conversa com o bispo Macedo. Eu disse indistintos políticos simplesmente por nas questões de defesa dos seus próprios interesses são todos iguais, não havendo distinção de nenhum modo e, nesse momento, os interesses da nação vai pra cucuia, vai pro brejo. Esses são os indistintos políticos brasileiros que não lutam pelos interesses nacionais. “Em tempo de mentira universal, dizer uma verdade é um ato revolucionário”.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos. (28/12/11).
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