Conforme já previra Carlitos, personagem principal e central do genial Charles Chaplin, no filme “Tempos Modernos”, obra prima que revela a robotização do homem, quer seja por meios químicos ou psiquiátricos ou ainda pela repetição do processo, pela mecanização e automação, seja ainda pela coação ou pressão dos meios externos, pela influência coativa do patrão ou do chefe, pelo meios de comunicação ou não, a verdade é que este pobre homem transformou-se em um objeto até certo ponto descartável. Ele simplesmente cumpre com seu papel, produz o que lhe é determinado sem contestar ou questionar, não contribuindo de nenhum modo com sugestões. Este indivíduo não passa de uma simples máquina programada para executar tarefas previamente definidas. É um homem robô. O homem para manter seu emprego se sujeita a um sem número de humilhações. O poder do superior impõem-se de acordo com a regra geral que diz: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo e precisa do emprego”. Esta frase foi-me dita certa vez por um ex-chefe em um grande banco nacional onde trabalhei mais de oito anos. Mentalidade tacanha de um indivíduo medíocre e ridículo. Hoje podemos notar uma verdadeira apatia da população, uma absoluta e total desmotivação, ausência de qualquer reação frente às questões que interferem diretamente na vida das pessoas, nos rumos e nos destinos das suas famílias, razão primeira de existir de todos nós. A principal forma de tomar e permanecer no poder é, indubitavelmente, a coação. Entre os meios de poder usualmente conhecidos e muito utilizados estão: influenciar e manipular os seres humanos. A coação é verdadeiramente um poder que não tem limites. Tal poder é, infelizmente, empregado nos dias atuais com extremo e absoluto êxito sem que os empregados possam, através da utilização da razão, exercer qualquer tipo de censura e crítica racional consciente, obedecendo piamente às determinações dos poderosos e submetendo-se, paciente e pacificamente, ao que lhes for estipulado. A coação é, em última análise, a forma final de poder dos donos do poder, seja na empresa privada, no serviço público, ou em qualquer forma de governo. À medida que as comunicações sociais de massa e até mesmo as institucionais foram se expandindo e se intensificando, sua efetividade foi sofrendo desgastes, não só pela repetição, como também por outros interesses como o das fontes noticiosas, das agências de notícias, dos órgãos governamentais, dos proprietários das mídias (jornais, rádios, televisões,internets, revistas e outras) além de organismos institucionais diretamente interessados e envolvidos na questão, torcendo as notícias e informações segundo seus interesses. Este fato provocou uma verdadeira busca permanente de novos slogans e de novas crenças ideológicas. Esta guerra toda nas comunicações de massa é travada com um único objetivo, convencer e também coagir o indivíduo a se comportar do modo determinado pelo seu superior, seja ele seu chefe ou seu governante. Os marqueteiros conseguem convencer a população por meio de uma belíssima embalagem que o pior candidato, aquele possuidor de um currículo fraco e sujo, é o melhor dentre todos os demais. É o poder da mídia. Demônios são transformados em santos. Maus governantes e maus políticos permanecem no poder por tempo infinito em razão da força da mídia, da força da grana ou da força das armas. Os verdadeiros fatos são na maioria das vezes distorcidos com o objetivo de convencer o povo, especialmente aquele que não teve acesso a educação formal e que não pode pagar uma boa escola. Esse pobre povo não tem munição intelectual para combater as influências da mídia, não consegue discernir entre o falso e o verdadeiro, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, entre o verde e o vermelho.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social - Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos. (02/11/04)
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