Em uma sociedade
que se presa verdadeiramente, o profissionalismo
de sua força de trabalho é também verdadeiramente respeitado e valorizado.
Nessa sociedade o que prevalece é sempre o profissionalismo.
Como encarar sua carreira profissional tornando-se alguém de respeito? É ou
será possível, de algum modo, visualizar sua carreira como uma religião? Estas
e outras questões extremamente importantes cabem a você, e unicamente você,
respondê-las todas. Antes que comece o processo de reflexão e a elaborar
possíveis respostas, vamos divagar e dar algumas dicas que facilitarão suas
reflexões e suas prováveis respostas. Em uma sociedade que realmente valoriza
sua força de trabalho, que qualifica e aperfeiçoa essa força, tudo, tudo mesmo
funciona muito melhor. Aquele que viver verá. Saia do lugar, tire o seu traseiro
da cadeira, leia muito, faça cursos em empresas qualificadas e com consultores
idem, somente desse modo você irá viajar pelo mundo do real conhecimento e irá
saber o pretendo dizer sobre profissional
de respeito e profissionalismo. Nas sociedade antigas aprender um ofício
era como se você estivesse se convertendo a uma nova religião. O instrutor,
indivíduo super qualificado e muito respeitado na comunidade, durante certo
tempo irá derramar sobre seu aprendiz toda carga de informação e conhecimento
teórico e prático sobre determinado trabalho/ofício. Aprender um ofício
antigamente era como se fosse uma conversão religiosa onde o aprendiz passava a
crer naquela profissão e nos seus cânones. Os padrões de qualidade eram
ensinados e cobrados durante todo o processo de ensino/aprendizagem. Terminado
o ciclo da aprendizagem o treinando apresenta sua primeira obra prima,
demonstrando que atingiu as metas pretendidas pelo seu treinador. Antigamente
os padrões de qualidade eram extremamente rigorosos, muito diferentes dos
controles de hoje. Vemos com muita freqüência nas emissoras de rádios, TVs,
imprensa escrita, chamadas da indústria automotiva para revisões e trocas de
peças dos produtos que saíram das linhas de produção com defeitos e que poderão
causar sérios danos em seus usuários. Triste não é mesmo? Isso não configura,
em hipótese alguma, um profissionalismo.
Na verdade isso é uma declaração de grave falha do conhecido “controle de
qualidade” que não controlou nadinha mesmo. Existem países europeus com fortes
tendências na formação e capacitação de
profissionais de primeira linha. Essa postura acaba beneficiando-os todos. O
lema dessas organizações é esse: “Dentro de cada profissional existe um fiscal controlador de qualidade severo e exigente”.
O bom profissional acaba, com o
tempo, incorporando todos os padrões que lhe foram transmitidos e transferidos
e irá realizar todas as etapas do seu trabalho com perfeição, seja ele
remunerado muito bem ou não. O salário, neste caso não é o mais importante e
sim o seu nome como profissional, já
que sua avaliação de desempenho será feita pelo seu chefe. Se ele for bem pago
realizara a obra com perfeição e se for mal pago executará seu trabalho com
igual perfeição. Podemos dizer que os trabalhadores daquele período incorporavam
totalmente a ideologia da excelência da
qualidade. Podemos afirmar que existe uma correlação entre a qualidade
daquilo que desejamos adquirir e o preço do produto desejado. Se o preço é
baixo você não pode exigir boa qualidade. Nos dias atuais nos acostumamos com
produtos descartáveis, comprados de vendedores ambulantes, de lojas conhecidas
por seus preços CR$ 1,99. São produtos descartáveis que chagam em nossas mãos muitas
vezes contrabandeados. Essa prática ilícita tem levado ao fechamento de pequenas
e médias empresas nacionais bem como tirando o emprego de milhares de
brasileiros. Desse modo você sabe o que está levando para casa: produto
descartável e desemprego. Pagamos um precinho e levamos para casa um “troço”
que não irá durar nada. Se pagamos “mais ou menos” por algum produto sabemos
que levamos algo também “mais ou menos” e todas essas aquisições têm vida útil
restrita, muito curta mesmo. Para adquirirmos o melhor, a excelência, pagamos
generosamente e não pechinchamos no preço. E por que pagamos generosamente?
Simplesmente por que sabemos que a qualidade não é questionada e que estamos
levando o que existe de melhor daquela família de produtos. Entretanto o que
desejamos mostrar não para por aí. O profissionalismo
verdadeiro define padrões de conduta e excelência que não se encontram à venda.
A filosofia de algumas poucas empresas reside simplesmente no fato de seus
diretores não serem perturbados e nem molestados pelos clientes quando reclamam
da qualidade dos seus produtos. A tradição da qualidade dessas empresas vem das
antigas corporações medievais e sobrevive muito bem até os nossos dias. A
formação desse profissionalismo tão
desejado por mim e por alguns de nós depende do esforço e dedicação dos nossos
governantes, dos políticos, justamente essa categoria que não sabe o que é ser profissional de boa qualidade e que, esses
mesmos homens públicos e mulheres, maus políticos, nos desrespeitam
diuturnamente. A formação desse profissional depende também dos
empresários, das escolas em todos os níveis, de como as famílias educam seus
filhos, dos ambientes externos freqüentados pelos jovens, enfim, depende de
todos nós, da sociedade como um todo. A excelência dos centros de formação de profissionais de boa qualidade são áreas
de educação, treinamento e desenvolvimento das organizações. Considero essas
áreas com sendo as maiores responsáveis por incutir nas cabeças dos treinandos padrões de conduta e excelência. Com uma boa política de educação, treinamento
e desenvolvimento o empregado incorporou a ideologia da perfeição. Ele aprendeu
a construir a excelência de seu trabalho e não a fazer as coisas de qualquer
jeito. Ele somente se sente feliz quando atinge a excelência. Existem países com fortíssima tradição com o profissionalismo e que se beneficiaram
muito com essa prática. Cada pessoa, cada profissional
é responsável pelo seu trabalho. Ele
é o seu próprio fiscal o qual está dentro de si. Veja, por exemplo como somos atendidos nas clínicas médicas e de
diagnósticos, por atendentes, médicos e pelos demais “profissionais” como advogados, engenheiros, vendedores, garçons,
professores, dentistas, policiais militares e civis, enfermeiros, veterinários, juízes, delegados,
sacerdotes, pastores e outros. Veja ainda como nossos chefes, gerentes e
diretores das empresas por onde passamos nos receberam e nos trataram. Hoje em
dia muitas organizações jogam pelas janelas fortunas em verdadeiros “exércitos de tomadores de conta”. Os componentes
desses exércitos constituem os chamados controladores de qualidade. Esses
exércitos nem sempre conseguem cumprir com suas obrigações haja vista as
chamadas que empresas costumam fazer para revisão dos seus produtos que saem defeituosos
das linhas de produção. Nas empresas onde o profissionalismo prevalece, o capricho é uma religião comum a um número restrito de seguidores. Finalizando devo
dar um recado aos curiosos, amadores e
falsos profissionais da área de
Gestão de Pessoas e de Educação, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas:
Em uma sociedade que pensa, onde predomina o profissionalismo de sua força de
trabalho, tudo funciona muito melhor.
Não há por que duvidar dessa afirmação. Essa mudança somente irá ocorrer depois de muito esforço e
dedicação na formação e desenvolvimento
de profissionais. Essa medida
irá implicar no investimento de recursos financeiros e no tempo empregado na
educação e treinamento das pessoas. Como dito anteriormente, este campo não é
para curiosos, amadores, falsos
profissionais, falsos profetas, paraquedistas e leitores de orelhas de livros. Estes
indivíduos que invadiram e infestaram as áreas de RH somente denigrem e
desvalorizam um trabalho nobre e que deve ser desenvolvido por profissionais competentes.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia
Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos
Humanos. (09/01/12)
afifbittar.blogstar.com
afifbittar.blogstar.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário