Desejo relatar muito rapidamente algumas
considerações que pude pinçar da obra de Gareth Morgan intitulada: “Imagens da Organização” – Editora Atlas.
Sua leitura permite, através de uma análise metafórica, uma melhor compreensão
das diferentes situações e dos problemas organizacionais existentes nas
empresas:
As organizações/empresas tal como um organismo vivo, nascem, crescem, se desenvolvem, declinam e morrem. Promovem mudanças e se adaptam a
ambientes em mutação, interagindo com a natureza e suas diferentes espécies.
As corporações organizacionais, tal como um sistema político, revelam diferentes conjuntos de interesses, conflitos
e jogos de poder que, na realidade, moldam sua cultura e as atividades
organizacionais.
Finalmente, a obra mostra a
imagem de que as empresas/organizações
são “instrumentos de dominação”, revelando
os aspectos de exploração em que algumas pessoas impõem seu poder sobre outras e
que, os empregados, freqüentemente, são usados pelo poderio econômico para
satisfazer seus principais propósitos que são, na verdade, o lucro e a mais valia.
A partir das imagens obtidas
através da belíssima obra de Gareth Morgan eu pude, pela minha vivência pessoal
passada e, em especial, em uma renomada instituição de ensino no interior deste
estado, sentir com muita clareza e objetividade os dramas vividos,
experimentados e passados por todos os seus colaboradores. Os três aspectos
acima citados foram vividos e experimentados intensamente. Experiências
amargas, marcantes e inesquecíveis que me permitiram escrever, em parceria com
o Prof. Djalma Cholas, duas obras ainda não publicadas: Cultura Corporativa, Mitos, Lendas e Verdades e Gestão de Pessoas.
Quem desejar se aprofundar neste
terreno pantanoso basta ler a obra de Gareth Morgan. Ela é excelente fonte de
estudo, inspiração e reflexão para os amantes da ciência da administração, bem
como para aqueles que estão no poder e que fazem da administração um “jogo de faz de conta”. E olhe que não
são poucos aqueles que brincam com esse jogo.
Realizar uma obra de Reengenharia
é importante e deve ser objetivo e meta das organizações de todos os tamanhos
nos momentos em que as dificuldades começarem a surgir nos seus horizontes. As
empresas devem considerar uma série de fatores antes de sua implementação: o que, quem, como, por que, por quem e quando mudar. Mudar é preciso e necessário,
contudo o que se questiona é a forma
como a mudança é implementada, quais as
ferramentas utilizadas, o que será modificado e por que será realizada a mudança, quais as pessoas empregadas na implantação, como será feita e quando iniciar. Haverá cortes de pessoal? Quem fica e quem não fica
na empresa após o processo implantado? Estas questões todas deverão ser
respondidas pela cúpula da organização. É absolutamente importante a
participação da diretoria em todo o processo de mudança da cultura corporativa.
O sucesso dependerá da adesão das pessoas consideradas líderes naturais. Mudar e preciso e, para tanto, os responsáveis
pela mudança devem pensar e refletir especialmente sobre a comunicação, área que responde por cerca de 90% dos problemas
organizacionais.
Finalizando este assunto tão
intenso e complexo, faço das palavras de Sir Brian Pitman, Chairman do Lloyds TBS ( banco inglês), as minhas
palavras: “Quando me comunico com o pessoal do banco, percebo que as pessoas
até são capazes de absorver as más notícias. O que elas não conseguem absorver
é a decepção”. Diz ainda Sir Brian – “Para evitar a decepção é preciso ser absolutamente honesto com o seu pessoal.
Se você tentar dizer: - Não se preocupe, tudo vai dar certo, poderá perder a
confiança deles se isso não acontecer”. Estas poucas palavras enriquecem ainda
mais o extremo valor e a importância que devemos dar às comunicações. Sabemos que
quase todos os problemas existentes nas empresas são em razão das más comunicações
ou mesmo da inexistência de um simples processo de comunicação.
Comunique-se.
Afif Bittar – Sociólogo –
Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas e Administração Geral
e em Recursos Humanos. (18/02/10).
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