quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

As Mudanças Organizacionais e o Processo de Comunicação.


Desejo relatar muito rapidamente algumas considerações que pude pinçar da obra de Gareth Morgan intitulada: “Imagens da Organização” – Editora Atlas. Sua leitura permite, através de uma análise metafórica, uma melhor compreensão das diferentes situações e dos problemas organizacionais existentes nas empresas:
As organizações/empresas tal como um organismo vivo, nascem, crescem, se desenvolvem, declinam e morrem. Promovem mudanças e se adaptam a ambientes em mutação, interagindo com a natureza e suas diferentes espécies.
As corporações organizacionais, tal como um sistema político, revelam diferentes conjuntos de interesses, conflitos e jogos de poder que, na realidade, moldam sua cultura e as atividades organizacionais.
Finalmente, a obra mostra a imagem de que as empresas/organizações são “instrumentos de dominação”, revelando os aspectos de exploração em que algumas pessoas impõem seu poder sobre outras e que, os empregados, freqüentemente, são usados pelo poderio econômico para satisfazer seus principais propósitos que são, na verdade, o lucro e a mais valia.
A partir das imagens obtidas através da belíssima obra de Gareth Morgan eu pude, pela minha vivência pessoal passada e, em especial, em uma renomada instituição de ensino no interior deste estado, sentir com muita clareza e objetividade os dramas vividos, experimentados e passados por todos os seus colaboradores. Os três aspectos acima citados foram vividos e experimentados intensamente. Experiências amargas, marcantes e inesquecíveis que me permitiram escrever, em parceria com o Prof. Djalma Cholas, duas obras ainda não publicadas: Cultura Corporativa, Mitos, Lendas e Verdades e Gestão de Pessoas.
Quem desejar se aprofundar neste terreno pantanoso basta ler a obra de Gareth Morgan. Ela é excelente fonte de estudo, inspiração e reflexão para os amantes da ciência da administração, bem como para aqueles que estão no poder e que fazem da administração um “jogo de faz de conta”. E olhe que não são poucos aqueles que brincam com esse jogo.
Realizar uma obra de Reengenharia é importante e deve ser objetivo e meta das organizações de todos os tamanhos nos momentos em que as dificuldades começarem a surgir nos seus horizontes. As empresas devem considerar uma série de fatores antes de sua implementação: o que, quem, como, por que, por quem e quando mudar. Mudar é preciso e necessário, contudo o que se questiona é a forma como a mudança é implementada, quais as ferramentas utilizadas, o que será modificado e por que será realizada a mudança, quais as pessoas empregadas na implantação, como será feita e quando iniciar. Haverá cortes de pessoal? Quem fica e quem não fica na empresa após o processo implantado? Estas questões todas deverão ser respondidas pela cúpula da organização. É absolutamente importante a participação da diretoria em todo o processo de mudança da cultura corporativa. O sucesso dependerá da adesão das pessoas consideradas líderes naturais. Mudar e preciso e, para tanto, os responsáveis pela mudança devem pensar e refletir especialmente sobre a comunicação, área que responde por cerca de 90% dos problemas organizacionais.
Finalizando este assunto tão intenso e complexo, faço das palavras de Sir Brian Pitman, Chairman  do Lloyds TBS ( banco inglês), as minhas palavras: “Quando me comunico com o pessoal do banco, percebo que as pessoas até são capazes de absorver as más notícias. O que elas não conseguem absorver é a decepção”. Diz ainda Sir Brian – “Para evitar a decepção é preciso ser absolutamente honesto com o seu pessoal. Se você tentar dizer: - Não se preocupe, tudo vai dar certo, poderá perder a confiança deles se isso não acontecer”. Estas poucas palavras enriquecem ainda mais o extremo valor e a importância que devemos dar às comunicações. Sabemos que quase todos os problemas existentes nas empresas são em razão das más comunicações ou mesmo da inexistência de um simples processo de comunicação.
Comunique-se.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas e Administração Geral e em Recursos Humanos.     (18/02/10).

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