Como confiar em um governo que
censura seus órgãos de comunicação e informação, deformando e deturpando
totalmente fatos e notícias, maquiando-os totalmente, manipulando e tornando-os
absolutamente inverossímeis, ou ainda, omitindo em parte ou na sua totalidade
determinados fatos, ocorrências e acontecimentos que poderiam comprometer a
atuação de membros desse mesmo governo ou do seu partido em determinado evento?
Um rumoroso caso desse tipo de atitude de um regime de governo autocrático de
esquerda aconteceu na China, quando, em seu discurso de posse, o presidente
Obama dos Estados Unidos fez uma referência ao comunismo. Isso bastou para que
a TV chinesa, através dos censores governamentais, omitisse e cortasse partes
do discurso do presidente norte americano. Lamentável e deplorável sob todos os
aspectos e pontos de vista. Onde está a liberdade de imprensa, a liberdade de
receber informações venha ela de onde vier. Onde fica a necessidade que as
pessoas têm de serem informadas sobre as ocorrências e fatos do dia-a-dia, como
por exemplo: contaminação e poluição da água, do ar e dos alimentos, desastres
em minas de carvão, terremotos, corrupção, desastres ecológicos que afetam as existências
e vidas dos cidadãos, seja no seu território ou em qualquer parte do planeta.
Este e outros crimes são regularmente praticados por regimes de governos
totalitários sejam de direita ou de esquerda. Países como Coréia do Norte,
China, Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Iran, Líbia e muitos outros, todos muito
chegados ao governo brasileiro, não devem merecer muito nossa atenção, pois
seus representantes não costumam respeitar o ser humano na sua plenitude, na
sua integralidade. Como confiar em um órgão de imprensa que censura seus
articulistas, impedindo que a verdade seja dita ao seu público? Particularmente
fui censurado por três órgãos de imprensa desta cidade. Em um deles acredito
que o motivo foi discriminação racial em razão de minha origem árabe e nos demais
foi por razões políticas. De acordo com o Dicionário Houaiss da língua
portuguesa, a censura nada mais é que o ato de examinar trabalhos de cunho
artístico ou informativo e, geralmente, têm base em critérios de caráter moral
ou político para decidir sobre a conveniência de serem ou não liberados para
apresentação ou exibição ao público em geral. Trata-se, no fundo, de uma
restrição à publicação de informações, pontos de vista ou produções artísticas
com base nesse exame. Aqueles que viveram nos tempos dos governos militares
podem relatar muitos momentos presenciados, vividos e convividos com os
censores dos da época. Naquele período
eu cursava na cidade de São Paulo faculdade de sociologia e tive minha
liberdade de expressão tolhida pelos espiões do antigo SNI. Minha tentativa de
criar um grêmio estudantil foi prontamente barrada pelas autoridades militares.
Fui delicadamente conduzido até a sala do diretor da faculdade e orientado a
desistir da formação do grêmio estudantil, bem como de produzir um jornal
interno voltado a defender os interesses da classe estudantil. Posso atribuir
esse tipo de procedimento e de atitudes de determinados indivíduos, os quais
são verdadeiros líderes nos seus segmentos profissionais, como políticos,
empresários, militares, intelectuais, como sendo medo da verdade ou então
comprometimento com “companheiros” ou parceiros em batalhas travadas nas intermináveis
lutas pelo poder, bem como nas negociatas mantidas nos subterrâneos dos
palácios governamentais. Esses indivíduos não são, na minha modesta opinião,
nada merecedores de confiança. Cuidado senhores empoleirados no poder, um dia a
casa cai e a verdade vem à tona. Peço-lhe que tenha cuidado com a informação
que recebe. Consulte a origem e credibilidade da fonte. Sabe-se que todos os
veículos de informação, formadores de opinião, são controlados e dominados ou
pelo poder econômico ou político, esses dois poderes são, no fundo, um único.
Sabe-se ainda que o poder político é dominado pelo poder econômico. Pergunto:
Em quem confiar? Nesse caso o que se deve fazer? Vamos deixar que o tempo
responda a essa pergunta. Desde os primórdios da civilização, desde o início do
planeta é assim que os sistemas funcionam. Tem sempre alguém dominando e
controlando alguém. Em suma desejo destacar que não é à toa que o poder
corrompe. Os interesses e interessados financeiros são muitos, inúmeros mesmo,
são milhares de milhões chegando aos bilhões de dólares. É muita “grana”
envolvida em negociatas. Os indivíduos se matam na luta pelo poder e pela “grana”.
Essa mesma “grana” que, de acordo com o que disse o nosso querido poeta,
compositor e cantor Caetano Veloso em sua magnífica obra Sampa: “O homem ergue e
destrói coisas belas”.
Dizem que a mentira tem perna
curta. Será verdade? Duvido. A mentira quando repetida muitas vezes acaba
virando verdade e até seu próprio criador acaba acreditando na própria mentira.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em
Recursos Humanos. (30/01/09)
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