quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A dolorosa questão da liderança!


Li na revista “você s/a” de outubro de 2007, um  delicioso artigo intitulado “Um líder diferente”, de Martin Nelzow, General Manager da Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica. O tema central deste artigo é a mesmice dos nossos dias. Até alguns anos atrás as ações das pessoas, das lideranças empresariais, demoravam de seis a doze meses para serem copiadas, imitadas e, no entanto, hoje em dia isso ocorre em poucas semanas ou mesmo poucos dias. O que nosso articulista diz é uma pura realidade. Estamos convivendo com a pirataria em seu mais amplo sentido. Na música, nos filmes e shows, na moda feminina e masculina, na venda de CDs e DVDs. O que mais se vende e se compra são produtos piratas. Nos lançamentos de novos produtos pelas empresas no mercado consumidor a novidade é temporária. Em poucas semanas os concorrentes estão fazendo um “corpo-a-corpo” com a novidade lançada dias antes. Diz nosso articulista que a sobrevida no mercado competitivo mundial assemelha-se cada vez mais com às leis da natureza e que cabe aos líderes saberem lidar esta situação.
Na natureza tudo se transforma. No mundo empresarial nada se cria, tudo se copia. Onde quer que você vá irá enfrentar e se deparar com a mesmice. Pouco se vê de novidade. Nada é inovador. Não existe nenhum diferencial entre os concorrentes. Todos oferecem os mesmos descontos, são sempre as mesmas promoções, as mesmas taxas de juros, os mesmos prazos de pagamentos, as mesmas campanhas promocionais. Os mesmos R$ 1,99, R$ 5,99 ou R$ 9,90. Todos caminham pelos mesmos caminhos com as mesmas camisetas promocionais. As únicas diferenças estão nas logomarcas das empresas. Há que se criar algo de novo, novos valores duráveis para os clientes diz Martin Nelzow. Essa não é uma idéia nova. Ela foi muito bem tratada e explorada no livro “A Estratégia do Oceano Azul”, de W. Chan Kim (Ed. Campus/Elsevier). Para o professor sul-coreano o mercado atualmente trava ferozes batalhas no território chamado por ele de oceano vermelho, onde os concorrentes agem como ferozes tubarões, alimentando-se de si mesmos, uns comendo os outros. É chamado de oceano vermelho em razão do sangue derramado nas lutas pela sobrevivência dos competidores. Já no oceano azul tudo ali é mais tranqüilo, e é onde só leva vantagens aquele cujo produto ofereça ao cliente um valor que seja sustentável. Neste oceano azul a criação de valor é o fator mais importante. Veja por exemplo o “Cirque du Soleil” e a revolução produzida no mundo circense com as suas maravilhosas inovações. Seus espetáculos são mistos de teatro, cinema, show, ópera e, por incrível que possa parecer, também é circo. Você pode traçar um paralelo na vida dos circos em todo o planeta antes e após o “Cirque du Soleil”. O grande diferencial nisso tudo está no arrojo, na valorização, na criatividade, nos desafios e nas oportunidades dadas às pessoas. Não se pode esquecer de modo algum o fator gestão das pessoas e o profissionalismo com que encaram seus trabalhos, imbuídas de um caráter responsável no cumprimento dos seus deveres, com muita responsabilidade e profissionalismo, e claro, sem deixar de usar no dia-a-dia do seu trabalho de simpatia, presteza e atenção. Não devemos nos esquecer que neste caso entra no diferencial das pessoas umas das outras, a motivação. É aqui que aquele que é considerado líder deve aparecer.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.        (25/10/07).

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