Um chefe brutal arruína todo e
qualquer ambiente de trabalho. Esse tipo neurótico contamina e deteriora muito
rapidamente o clima organizacional da empresa através do terrorismo gerencial.
Os danos que esse indivíduo pode provocar são inúmeros. A comunicação interna é
truncada e confusa. Os subordinados não falam a verdade, filtram a informação,
escondem a verdade dizendo apenas o que o chefe deseja ouvir. A motivação é zero. Pode-se dizer que a necessidade
do emprego e do salário são os únicos fatores que seguram os funcionários na
empresa. O foco no negócio foi para o espaço. Os empregados preocupam-se com o
chefe e não com a instituição. A lealdade é destruída. Os colaboradores ficam
com raiva da empresa, pois para eles a empresa é aquele chefe neurótico. A
criatividade desaparece, o estresse aflora, o equipamento mental se desarticula
e passa a ser utilizado negativamente na empresa, já que o chefe é a empresa e,
num segundo momento aquela criatividade positiva que poderia ser direcionada
para a organização passa a ser usada negativamente contra o chefe. As pessoas
que tiveram pela frente chefes dessa natureza sabem do falamos. Pessoalmente
conheci alguns por onde andei. Quando o ambiente de trabalho é opressivo e o
clima é de terrorismo as pessoas ainda conseguem ser criativas, sim, criativas,
mas para sabotar. Desse modo, as empresas que investem nos seus recursos
humanos com treinamento e desenvolvimento, salários, benefícios além de outros
mais, não obtêm o retorno desejado, pois o investimento não se refletiu na
capacidade produtiva. A criatividade que acabou foi um dia considerada o “ponto
chave” na competição entre as empresas, tanto no mercado nacional como no
internacional, acabou sendo destruída por um chefe neurótico. Os empresários
têm que mudar, criar, inventar, derrubar paradigmas, serem criativos para serem
competitivos. Como conseguir isso? Ora, quem muda, quem cria, quem compete,
quem transforma, quem inventa senão o ser
humano, as pessoas, o capital
humano. Chefes violentos anulam todas as possibilidades de um melhor
aproveitamento desse capital essencial, o mais importante de qualquer
organização. O funcionário deve sentir prazer em estar na empresa trabalhando
todos os dias, caso contrário a organização estará perdendo talentos e terá
inúmeras dificuldades na sua reposição. Os modelos rígidos de gerenciamento
funcionaram com eficácia nos séculos passados, nos primórdios da civilização,
no período da revolução industrial. Nos dias de hoje esse tipo de chefe é raro,
contudo eles existem disfarçadamente, travestidos, estão vivos e atuantes na
sua capacidade de ação de chefiar mal porque algumas companhias apreciam e até
incentivam esses modelos em desuso há muito tempo. Você quer saber por quê?
Porque podem ser úteis. As empresas dizem que desejam líderes que promovam a
autonomia, motivem a equipe e desenvolvam pessoas. Quando surge uma crise
qualquer são os primeiros a recorrer a chefes que mantenham a ordem, ameacem a
equipe e gerem resultados a qualquer custo. Existem multinacionais que, por
terem pouco compromisso com os países onde estão suas filiais, só se interessam
em saber se a empresa está dando lucro. Se o lucro é satisfatório então ótimo,
pois é o que interessa. Os maus chefes estão girando por aí, pelas organizações
em geral. Sua má conduta dificilmente chega ao conhecimento dos superiores.
Como proceder para colocar um ponto final nessa trágica situação? Vejamos: Um
bem montado Sistema de Avaliação de Desempenho conhecido como 360º,
onde chefes avaliam subordinados e estes avaliam seus superiores. Esta é sem
dúvida uma arma eficaz da empresa contra a tirania de um mau chefe. Assim a
empresa está garantindo ao subordinado a possibilidade de emitir uma opinião e
um julgamento sobre seu supervisor. Esses chefes doentios devem passar por treinamentos específicos onde seja
destacada a necessidade de incentivar e permitir o crescimento das pessoas.
Outro recurso é a Entrevista de Desligamento
onde os funcionários possam relatar sobre seus relacionamentos com colegas e chefes
e outras questões onde terão liberdade de opinar sobre a empresa. Deve-se ainda
aplicar a cada dois anos uma pesquisa sobre Clima Organizacional que deverá
acusar os pontos onde a empresa a empresa não vai bem, está realmente fraca.
Inspirado e modificado em texto
de Maria Amália Bernardi: Chefes
Brutais.
Afif Bittar – Sociólogo –
Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração
Geral e em Recurso Humanos. (11/01/10).
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