sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Conta Gotas – VII.

Menino Jornaleiro. Um garoto caminha pelas calçadas da cidade com alguns jornais debaixo do braço e, ao mesmo tempo, vai acenando com um jornal em punho e gritando: vinte e dois homens são enganados por um menino! Um senhor que estava atento e impressionado ao que havia dito o garoto, compra um jornal. Ao abri-lo percebe, de imediato, que se tratava de um jornal velho e caíra no “conto do vigário” aplicado por um espertinho.  Fora logrado pelo menino. O garoto segue seu caminho feliz da vida, pois conseguira enganar mais um. E desse modo prossegue com sua técnica de ludibriar as pessoas dizendo: Vinte e três homens enganados por um menino.
Falando sobre autoridade em um lugar onde ela inexiste. Onde fica esse lugar? No maior país da América Latina, mais precisamente aqui, no Brasil. Digo isso por uma única razão. Os crimes do colarinho branco nunca foram e jamais serão punidos. Deputados, senadores, ministros, governadores e demais políticos, todos “chapa branca” estão gozando das benesses e privilégios dos seus cargos e sorrindo felizes da vida por que o povo, analfabeto funcional, não sabe votar, não sabe discernir entre o certo e o errado, entre o verdadeiro e o falso, entre o bem e o mal. A autoridade que não pune o crime, a maldade, a infração, a irregularidade, o trambique, o corrupto e o corruptor, está, certamente, apoiando todas essas atitudes negativas, simplesmente por que essas mesmas autoridades também sejam corruptas. Nossa cidade não é exceção à regra nacional.  
Brasilidade há cada 4 anos. O brasileiro se veste de verde, amarelo, azul e branco sempre por ocasião das copas do mundo de futebol. Pena que este espírito de patriotismo e de brasilidade não se prolonga e se alastra pelos trezentos e sessenta e cinco dias de todos os anos.
A Arte de Matar. A única coisa em que o homem é muito bom mesmo é na arte de matar, de assassinar. O homem mata o próprio homem de fome, de sede, de vergonha, de frio. O homem mata, ateando fogo  nos sem tetos abandonados nas calçadas da vida, simplesmente pelo prazer de matar. Uma simples discussão de trânsito pode levar a morte um dos envolvidos ou até mesmo a ambos. O terrorismo faz suas vítimas, questões religiosas também matam. É chacina por todos os lados, assaltos seguidos de mortes, atropelamentos, acidentes de trânsito com vítimas provocadas por rachas entre os jovens, por drogas ou bebida alcoólica, imprudência ou por estar falando ao telefone celular com o veículo em movimento. O homem é de fato um especialista em matança. A impunidade é a mãe de todos os males que assolam e dominam nossa sociedade. Falta autoridade às nossas autoridades. A tão decantada autoridade está desmoralizada pela impunidade. Os criminosos e malfeitores fazem o que querem, mandam e desmandam porque sabem que nunca serão penalizados. É o poder paralelo mandando e desmandando. As autoridades estão inteiramente dominadas pelos marginais. Vejam as guerras existentes no planeta, especialmente no oriente, na palestina. É bala perdida por todos os lados matando pobres inocentes. Também devemos destacar os famosos erros médicos que costumeiramente levam pacientes a óbito e que, geralmente, ficam impunes. A única coisa em que o homem é realmente muito bom  mesmo e capacitado é na arte de matar.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.  (08/06/10).             

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