Ned Ludd liderou no ano de 1811
na Inglaterra um movimento operário contra a introdução das máquinas nas
indústrias do seu país. Na terra do lendário Robin Hood, a famosa Nottingham, os
adeptos de Ned Ludd quebravam máquinas na tentativa de impedir que elas
tomassem seus lugares nas fábricas. Esse movimento se alastrou pela Europa até
1816 quando, finalmente, arrefeceu. O maior exemplo que podemos tirar dele é
que as inovações e as introduções de novas tecnologias abalam enormemente as
relações sociais seja no trabalho ou na própria família, pois é na família que
o trabalhador tem sua guarida e para ela ele vive. Hoje vivemos grandes e
significativas evoluções da capacidade inventiva do ser humano, em que pese estarmos
atravessando a maior crise jamais vista por todos nós. A revolução na
tecnologia das comunicações abriu uma nova era em que o conhecimento se tornou
o elemento decisivo da produção. À primeira vista devemos observar que essa
nova tecnologia das comunicações chegou carregada de um potencial enorme, capaz
de criar coletivos inteligentes e de resgatar uma comunidade inteira, além de
enriquecer o processo de aprendizagem. A primeira revolução industrial
transformou a atividade produtiva humana bem como mudou radicalmente a face do
planeta. A segunda revolução, a da introdução das fontes de energia, modificou
nosso cotidiano de tal maneira que hoje não sabemos mais viver sem energia
elétrica. A terceira e talvez a maior e mais importante de todas é a revolução
tecnológica, iniciada nos anos 70, e que está provocando transformações
marcantes em todo o planeta. O sociólogo espanhol Manuel Castells vê essa
revolução como um processo de retroalimentação contínua da microeletrônica, da
computação, da ótica eletrônica, das telecomunicações e da biotecnologia. De acordo com esse processo cada invenção
reconfigura as demais áreas tecnológicas gerando novos inventos e novas
reconfigurações. Isto posto, em virtude da extrema velocidade dos
acontecimentos e dos eventos, a sensação que sentimos é que tudo fica velho e
obsoleto em muito pouco tempo. Todos esses inventos e invenções a sociedade
deve ao capital humano. E o que é
capital humano? Pode-se dizer que seja o conhecimento, a habilidade, a
experiência e o poder de inovação e invenção do ser humano para realizar suas
funções, suas atividades, seja na empresa onde trabalha ou na sua casa. Essa
criatividade está diretamente relacionada com sua educação e formação
profissional. Ao contrário do capital estrutural da empresa, o capital humano
não é das organizações, não lhes pertence. O diferencial da competitividade das
empresas está centrado na capacidade criativa dos seus funcionários. A base para o desenvolvimento da capacidade criativa reside na educação. O trabalhador brasileiro
possui baixo nível educacional. O que vem piorar ainda mais essa questão são
nossas escolas de primeiro, segundo e terceiro graus que oferecem cursos com
baixa qualidade de ensino. A educação assim como o conhecimento adquirido pelo
funcionário é inalienável e dele não podem ser retirados. Lamentamos muito o
número de analfabetos funcionais no Brasil fato que comprova a baixa qualidade
do nosso ensino. A tecnologia é sem dúvida alguma a primeira e principal
preocupação que a sociedade da informação deve dominar. E quem deverá realizar
essa tarefa? Se você disser que é o HOMEM,
acertou. Por homem entendemos o ser humano, homens e mulheres partilhando e
competindo em igualdade de condições os desafios e oportunidades que a
sociedade apresenta. A empregabilidade exige dos candidatos além da capacitação
profissional um nível educacional aprimorado e compatível com o cargo
pretendido. Pode-se dizer que a vice-versa é verdadeira. Muitas empresas têm
oferecido elevado número de vagas e que continuam abertas, pois os candidatos
não apresentam escolaridade de segundo e de terceiro graus compatíveis com o
cargo oferecido. Concluímos que as oportunidades de trabalho dependem
fundamentalmente dos conhecimentos acumulados pelas pessoas e dos desafios que
essas pessoas desejam enfrentar na construção das suas carreiras.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em
Recursos Humanos.
(16/07/09).
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