No final do ano de 1988 li um artigo do Dr. Mário Marques
intitulado “O Propósito do corpo é levar o cérebro para passear” (frase atribuída
a Thomas Edson). Confesso que, de início, a afirmação causou-me estranheza, porém,
aos poucos, fui envolvendo-me e deliciando-me com a leitura, razão pela qual
desejo compartilhar com todos vocês os benefícios desses conhecimentos.
Mário
Marques diz em sua matéria que vivemos em uma época de culto ao corpo, onde são
destacados os benefícios dos exercícios físicos, da boa alimentação, bem como
dos efeitos maléficos do estresse, da vida sedentária, do tabagismo e outros
maus hábitos. E quanto ao seu cérebro, o que você está fazendo por ele? Dahrma Singh Khalsa, em seu
livro “Longevidade do cérebro” (Ed. Objetiva) afirma: “O cérebro é o corpo humano.
Isto parece óbvio, mas o público, em geral, tende a menosprezar este simples fato.
As pessoas muitas vezes confundem o CÉREBRO
com a MENTE, ainda que um e
outro sejam duas entidades diferentes. A
mente é o “software”, o produto místico ou misterioso de tudo que somos.
O cérebro é o “hardware”, um órgão
físico que requer nutrição e descanso, uso e cuidados médicos apropriados. Em
razão de as pessoas esquecerem que seus cérebros são órgãos do corpo humano,
elas negligenciam no cuidado físico e na manutenção do cérebro”. Mudanças nos
hábitos alimentares, complementação com vitaminas, minerais e tônicos
medicinais naturais, exercícios para a mente, exercícios de ioga para mente-corpo
e controle do estresse. Esta é uma forma de tratamento multifatorial
recomendada por Khalsa. “A mente é como um pára-quedas: só funciona quando está
aberta. (Anônimo)”.
Eis
algumas indicações do Dr. Mário Marques para manter a mente aberta:
Você
costuma avaliar as pessoas pelas roupas que vestem?
Não
faça prejulgamento de pessoas. Olhe-se no espelho e responda a estas questões:
Se alguém começa uma argumentação com uma frase da
qual discorda, você continua prestando atenção até o fim, ou já se prepara para
contra-argumentar?
Se
conhecer alguém através de uma pessoa da qual não tem um bom conceito, você
“carrega” essa avaliação negativa para a nova pessoa?
Não
faça prejulgamentos de idéias:
Você
costuma abandonar a leitura de um livro assim que percebe que o autor não pensa
exatamente do seu jeito?
Alguém apresenta uma nova idéia e você logo saca:
Aqui essa idéia não vai funcionar porque...
De
vez em quando realize atividades que lhe tragam algum desconforto físico ou mental:
Foi
lançado um novo CD de uma banda conhecida, com um som diferente e esquisito.
Você
topa ouvi-lo algumas vezes antes de dizer se gosta ou não, ou é do tipo “não
ouvi e não gostei?”
Para conhecer a sociedade na qual vive, você topa
ter contato com os problemas de pessoas que moram em favelas ou com associações
assistenciais que cuidam de pessoas carentes ?
Os
seis chapéus de Edward de Bono:
Use sistematicamente esta técnica dos seis chapéus:
o vermelho, da emoção; o verde, da criatividade; o branco, da racionalidade; o amarelo,
do pensamento positivo; o preto, do pensamento negativo e, o azul, do
pensamento integrador.
De
vez em quando faça coisas diferentes da rotina.
Examine
seu procedimento para tomar banho.
É provável que tenha desenvolvido uma rotina para
realizar essa tarefa, digamos diária para alguns. Por exemplo, você começa por
lavar a cabeça depois os braços etc.. Que tal quebrar a seqüência, mudando,
alternando-a de propósito?
Se para você ouvir música clássica, assistir a uma
ópera ou ir a um teatro são atividades que não combinam com prazer e
entretenimento, que tal quebrar essa rigidez de avaliação e esforçar-se por
participar de uma delas ao menos uma vez?
Ao chegar em casa após um dia de trabalho estafante
você se joga no sofá e automaticamente liga a televisão. Por que não mudar essa
rotina? Se você mora com alguém que tal iniciar uma conversa nem que seja para
“jogar conversa fora?” Se não tem companhia não ligue a TV só para ter a
sensação de que está acompanhado (a).
De acordo com Khalsa, nosso cérebro melhora seu
desempenho quando bem “alimentado” e quando desenvolvemos a capacidade de
estabelecer novas sinapses entre os neurônios, ou seja, quando novas conexões
cerebrais são estabelecidas.
As atividades ora propostas são geradoras de novas
conexões e, portanto, são estimuladoras do seu desenvolvimento.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia
Social, Consultor em Administração Geral e Recursos Humanos. (30/05/99).
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