Somos mais de 200 milhões de
técnicos de futebol no país que se diz do futebol. Se fosse o caso convocaríamos
uma seleção invencível, imbatível, que não perderia um jogo sequer. Saberíamos
como ganhar praticamente todos os jogos de goleadas. Nossa seleção seria única
e coesa, criativa, agressiva, dinâmica, ofensiva e defensiva dependendo das
circunstâncias e das situações. Pena que quando tratamos da arte da
administração essa característica do brasileiro não aflora, não aparece.
Tristemente inexiste. Uma das mais modernas técnicas de administração conhecida
por “coaching”
é um programa que detecta os principais defeitos e falhas que um “líder”
pode cometer no exercício de suas funções e procura apresentar os caminhos para
serem corrigidos, tudo em benefício da equipe. Na língua inglesa a palavra “coach” significa “técnico”. Você caro patrício
que exerce função de liderança em uma empresa entende como ninguém de futebol e,
assim como todos nós brasileiros, consegue melhor que o próprio técnico da
seleção brasileira convocar, escalar e liderar os craques graças ao seu talento
nato, entretanto não consegue liderar sua equipe no trabalho. O ideal é que
todos os diretores, gerentes, chefes e supervisores possam levar para suas
empresas as técnicas da liderança conhecida por coaching. Certamente as equipes ficariam mais unidas, coesas e, desse
modo, os principais talentos seriam reconhecidos e valorizados, a motivação
viria à tona onde os indivíduos se empenhariam com mais dedicação ao trabalho
por melhores resultados. Hoje muitos executivos já mudaram e outro tanto estão
mudando seus comportamentos, atitudes e estilos de gestão graças ao “coaching”.
Este programa é uma realidade e uma tradição nas maiores corporações
dos Estados Unidos da América, do Canadá, da
Europa e da Ásia. Como se sabe, os Estados Unidos da América tem cerca
de 300 milhões de técnicos de basquete, o esporte adorado pela maioria do povo
norte americano. É um esporte praticado nas praças e parques pelo povo, de onde
saem craques que são logo contratados pelas universidades. O “coaching”
chegou ao Brasil no final da década de 80. Seu programa é dirigido aos
líderes desde gerentes, diretores até presidentes de organizações. Trata-se de
um programa que geralmente é orientado por consultores habilitados para esse
tipo de trabalho. Seu conteúdo inclui um “Raio-X” do executivo submetendo-o a
um “feedback” compulsório. Todos os
envolvidos no programa, subordinados, superiores e, em alguns casos, até
clientes, avaliam os aspectos positivos e negativos do estilo gerencial do
executivo. Os subordinados respondem por escrito, sem revelarem suas
identidades, a uma série de questões do tipo: “Meu chefe considera minhas
habilidades quando me passa tarefas?” - “Ele ajuda a obter os recursos
necessários para o meu trabalho?” Questões como estas contribuem para que
falhas cometidas pelos envolvidos no programa surjam já nesta etapa. As
respostas mostram de fato o que deve e necessita ser melhorado, bem como
processar eventuais melhorias. As respostas colhidas alimentam o conteúdo do
treinamento. Neste tipo de trabalho você terá oportunidade realizar a uma auto
avaliação ficando surpreso com seu resultado. É um processo de auto
conhecimento. Poderá levar um choque com os resultados ao descobrir o quanto
está desatualizado com as modernas técnicas gerenciais, administrativas e do
mundo dos negócios, especialmente quanto a forma de liderar equipes para se
chegar a melhores resultados sem desgastes e com a equipe inteira. Algumas
empresas no Brasil treinaram seus funcionários para desenvolverem esse programa
internamente. O coaching tornou-se um diferencial competitivo, além de ser uma
excelente maneira de motivar e desenvolver pessoas o que leva a fortalecer os
laços entre os membros da equipe. Cerca de 80% das competências das pessoas são
desenvolvidas no exercício do seu trabalho.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresa em Administração Geral e em Recursos
Humanos. afifbittar.blogspot.com (14/03/08).
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