O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva mostrou-se indignado certa ocasião tendo em vista que alguns brasileiros costumam
falar mal do Brasil quando viajam ao exterior. Disse ainda que suíços,
franceses, europeus em geral e norte americanos quando aqui vêm não falam mal
dos seus países de origem. Por esta razão ele solicita aos brasileiros que não falem
mal do Brasil quando viajarem ao exterior. Presidente, peço-lhe que pergunte ao
sueco, ao inglês, holandês, suíço, francês, alemão, japonês se eles têm razões
para criticarem seus países. Esses cidadãos não se preocupam com escândalos e
corrupção dos seus governantes e demais
personalidades públicas. Eles costumam ter as suas necessidades básicas
asseguradas e garantidas pelos seus governos. Já nós só podemos nos queixar das nossas dores
e mazelas praticadas por vocês ao bispo, não ao bispo Macedo, claro, por razões
óbvias. Não nos faltam razões para espernearmos e gritarmos aos quatro cantos
do mundo. Devo dizer-lhe presidente que existe uma frase muito antiga que diz
assim: “Aquele que fala a verdade não merece castigo”. Quando alguém diz uma
verdade a alguém e esse alguém não consegue interpretá-la corretamente, isto é,
não entra no espírito do que lhe foi dito, acaba fazendo um juízo absolutamente
diverso, interpretando o que lhe disseram como uma maldade. Será que nós
brasileiros somente podemos dizer amém a todas as sacanagens, corrupções e
falcatruas praticadas por administradores públicos corruptos e desonestos? Dizer
a verdade não é o mesmo que falar mal senhor presidente. Nossos turistas quando
vão ao exterior e fazem uma faxina na sujeira política e administrativa da vida
brasileira, tirando toda a sujeira de debaixo do tapete que os homens maus
esconderam. Por que não falar sobre nossos sentimentos. Queremos acabar com
essa palhaçada do corporativismo político onde réus confessos são literalmente
protegidos por seus comparsas igualmente corruptos. Não me ufano do meu País não
senhor presidente, chego a ter vergonha, especialmente do caradurismo e da
safadeza de milhares de políticos e administradores públicos. Como sentir
orgulho com um congresso nacional onde o prato principal é “pizza” que é
servida logo após os conchavos de praxe? Como me ufanar senhor presidente,
quando sua ex-ministra do turismo Marta Suplicy, famosa sexóloga, recomenda aos
passageiros que aguardam exaustos por horas a fio nos aeroportos a oportunidade
de embarcarem que, enquanto o avião não chega, pratiquem sexo? E como o senhor
bem sabe, sexo é a especialidade dela. Não é um suplício ter que ouvir uma orientação tão grotesca e de muito mal
gosto partindo de uma pessoa ocupante de um posto ministerial? Estas figuras ridículas
são protagonistas dos maiores espetáculos circenses deste País. E para um povo
ignorante bastam pão e circo, não é mesmo senhor Lula? Como me ufanar com tanta
gente morrendo de bala perdida, tanta violência, com a falida segurança pública,
com a incompetência dos administradores públicos que se locupletam cada vez
mais com a miséria do povo. Como me ufanar quando faltam hospitais e não falta
dinheiro. O dinheiro existe, porém é desviado de sua finalidade primeira para
as contas dos maus políticos e seus comparsas. E assim a saúde continua sendo
desprezada pelos eternos maus administradores brasileiros. Como me ufanar
quando não temos ensino de boa qualidade e nem escolas suficientes para o povo,
sem falar no precário serviço de transporte público e das estradas de ferro e de
rodagens abandonadas. Como conviver com tanta sujeira e corrupção na vida
política deste País. Vivemos há séculos um dilúvio de escândalos. Quando tudo isso acabar, aí sim, poderei
dizer que sinto orgulho de ser brasileiro.Temo não viver para conhecer esse
tempo.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em
Recursos Humanos - afifbittar.blogspot.com (15/06/07)
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