quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Organizações Inteligentes Formam EQUIPES.


“Cada Um por Si e Deus por Todos”, esta era a palavra de ordem usada em um passado recente. Estou lembrado que na década de 70 diziam-se muito frases que hoje considero estarrecedoras, do tipo: “Cada um na sua e eu estou na minha”. Hoje não se ouve muito esta expressão absurda, burra e estarrecedora em  virtude de estarmos vivendo novos tempos, muito embora  saibamos que ainda nos dias de hoje existam indivíduos que pensam e agem desse mesmíssimo modo. O individualismo e o personalismo deveriam estar praticamente extintos e erradicados nas empresas, dando lugar a um novo tempo, uma nova época, onde os valores comunitários, os valores do grupo social no qual você está inserido e interagindo com seus colegas, são bem outros. Nos grupos sociais em qualquer organização existe uma interdependência entre seus membros onde os objetivos dos grupos sempre prevalecem sobre os desejos, vontades e interesses pessoais, individuais. No trabalho somente faz gol aquele que joga em equipe. O individualismo pega mal nos dias de hoje. O “Eu” ou “a gente” deveria perder a vez e a voz, só se deveria falar “NÓS”. Os problemas vivenciados nos dias de hoje são diametralmente diferentes dos vividos há 30, 40 e até 50 anos atrás. Os problemas atuais possuem múltiplas caras, inúmeras complexidades e são, na maioria das vezes, desconhecidos. Eles acontecem inesperadamente, são imprevisíveis e ocorrerem simultaneamente em diferentes áreas da empresa. A organização poderá contar com profissionais extremamente competentes e envolvidos nas diversas e diferentes atividades e tarefas e, desse modo, haverá maiores chances de que o trabalho final deva apresentar a melhor qualidade a tempo e a hora. Ocorre que o segredo do sucesso final não reside apenas nos talentos individuais, mas sim na maneira como esses talentos todos interagem, se integram e se complementam entre si e grupalmente. Sabemos que as pessoas são absolutamente diferentes, não só na aparência, mas, principalmente, na personalidade de cada um, no seu modo de ser, de se comportar, no nível de conhecimento geral e específico da  sua profissão e escolaridade, contudo, o que de fato irá determinar o andamento da missão da equipe se os objetivos foram atingidos com a qualidade e quantidade exigidas, dependerão ainda da qualidade da interação e integração entre todos os fatores apontados como características individuais. As pessoas são absolutamente interdependentes e se complementam. É a lei da complementaridade que é fundamental para toda organização. Isso significa que certas qualidades individuais ditas como negativas em certa pessoa, como por exemplo, audácia, pode se transformar em positiva em outra pessoa para compensar um membro extremamente cauteloso. Neste caso a vice-versa é verdadeira. Assim pode-se dizer que as energias que regulam o trabalho em uma equipe são diferentes daquelas que influenciam as atividades individuais, donde pode-se concluir que nem sempre o que funciona bem em um contexto é válido em outro. Nas empresa geralmente encontramos verdadeiros feudos, panelinhas e raramente vemos equipes. Os feudos e panelas geralmente criam problemas ao invés de resolvê-los. Os mecanismos dos times ou equipes diferem muito dos feudos e panelas. O que se deve fazer é desmontar esses feudos e atraí-los para compor as novas equipes. Este deverá ser um trabalho de reforma e reconstrução. As equipes tem a missão de aglutinar pessoas, a se apoiarem mutuamente e mobilizarem suas competências a fim de atingirem objetivos comuns. A união dos valores individuais e das competências faz com um time de futebol ganhe um jogo. Em um jogo de futebol, basquetebol ou voleibol, um atleta complementa e valoriza o outro. Quando um jogador faz um gol, uma cesta ou um ponto, os demais correm para o abraço. A equipe tem uma única missão, ganhar o jogo. Na empresa deveria funcionar do mesmo modo, entretanto, sabemos que não é bem assim. Sempre que duas ou mais pessoas se reúnem, não importando onde, podendo ser no campo de futebol ou em uma quadra de basquete, abre-se um espaço para o surgimento da liderança. Este espaço nunca fica e nem deverá ficar vago. Caso o legítimo líder, por competência e por direito, não assuma seu papel, outro indivíduo, talvez um oportunista, irá tomar posse do lugar vago. E quem sabe desfazer tudo que foi construído com muito sacrifício.
Um grupo de pessoas, bem preparado e funcionando como uma verdadeira equipe torna-se em uma ferramenta poderosa, trabalhando pelo crescimento e desenvolvimento da empresa.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.    afifbittar.blogspot.com  (03/06/10).

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