quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FALE MENOS “A GENTE” E FALE MAIS “NÓS”.


Este é, na minha modesta opinião, um grave vício de linguagem que, infelizmente, vem sendo muito incentivado pelos veículos de comunicação em todo o país, seja TV, rádio, jornal, revista, internet etc. Basta assistirem aos filmes estrangeiros e repararem na quantidade do termo “a gente” nos diálogos dublados e legendados. Toda essa pobreza de recurso intelectual seguramente reflete um pequenino e fraquíssimo repertório de vocabulário ou de sinônimos que são e deveriam ser comumente utilizados na comunicação seja oral ou escrita. Costumo ouvir frases ditas em pronunciamentos e entrevistas de algumas figuras importantes da sociedade civil e até mesmo de personalidades governamentais quando então estas figuras se utilizam exageradamente desse vocábulo, repetindo muitas e muitas vezes o termo “a gente”. E olhem meus amigos, são todas as pessoas possuidores de diplomas universitários. Como é sabido, um time, uma equipe geralmente é composta por um determinado número de atletas, com todos os titulares e reservas, com técnico, fisioterapeuta, massagista, roupeiro, médico, preparador físico, enfim, é uma equipe completa, um grupo, um conjunto de pessoas buscando atingir um objetivo previamente definido e acordado por todos os seus membros, em suma trata-se de um time pronto para luta e para enfrentar seus desafios. Os membros desse grupo costumam trabalhar em harmonia sendo absolutamente interdependentes, isto é, a atividade realizada por uma pessoa reflete diretamente na atividade dos demais componentes havendo, sem nenhuma dúvida, uma complementaridade. Isto quer dizer que ninguém, isto mesmo, ninguém faz nada sozinho. Neste planeta ou em qualquer outro planeta caso estejamos viajando fora da terra, somos e seremos todos interdependentes. O que uma pessoa faz reflete imediatamente na atividade que um outro colega faz e assim sucessivamente. Quando digo “a gente” dou a impressão que estou referindo-me a mim próprio e não ao grupo ao qual pertenço. Sabe por que? Simplesmente por que EU = A GENTE e ambos diferem de NÓS. Suponha que você participe de um grupo de funcionários e que fale em nome do grupo ao qual pertence dizendo: “A gente atendeu em uma semana (6 dias) cerca 228 pessoas. Nesse caso “a gente” acaba recebendo os créditos pelo trabalho realizado e não o grupo de pessoas no qual a pessoa está inserida. Isso não pega nada bem. Este vício de linguagem é um grave defeito que deverá ser combatido por todos nós. Nunca fale “a gente”, especialmente quando estiver falando em nome de uma equipe, de seus colegas de trabalho. E sabe por que? Por que não é “a gente”, somos “nós”, uma equipe. Poucas pessoas neste país sabem trabalhar em grupo, em equipe. Isto requer treinamento especializado que poucas empresas e pessoas sabem conduzir.
EVITE DIZER “ACHO”
O uso indiscriminado da expressão “eu acho” ou “acho que” revela claramente uma dúvida por aquele que “acha” denotando incerteza, insegurança. Esse costume do “acho que” ou “eu acho” é mais um horroroso vício de linguagem que foi tristemente adquirido dos massificantes veículos de comunicação. Quem “acha” evidentemente não sabe, não tem certeza a respeito do que pretende dizer. Deveria se calar ou então poderia se utilizar de outros termos para melhor expressar suas idéias sem deixar dúvidas, tais como: suponho, creio, penso, entendo, considero, a meu ver. De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa, o “achismo” é uma teoria fundamentada no subjetivismo do “eu acho” que é aplicável a qualquer campo teórico. Dependendo da pessoa com a qual se comunica usando o “acho”, você poderá se queimar por ter demonstrado insegurança ao empregar o duvidoso termo “eu acho”. Este é, lamentavelmente, um vício horroroso de linguagem que também recebe muitos incentivos de toda a mídia nacional seja escrita, falada, televisada e eletrônica. Devemos, em ambos os casos, tanto com o termo  “a gente” quanto com  “eu acho”, nos libertar da praga desta maléfica influência televisiva que mais nos deseduca a todos nós. Vamos ler mais, estudar e nos educar mais, e ver cada vez menos as medonhas e malfadadas novelas da Globo e de outros canais igualmente horrorosas que somente acrescentam vícios e defeitos além de deseducarem o já deseducado povo brasileiro.
afifbittar. Blogspot.com.br
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.   (13/02/13).

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