Consultando meu velho e
inseparável amigo, o dicionário Houaiss da língua portuguesa, podemos distinguir
e diferenciar facilmente uma e outra palavras destacadas acima.
Por progressista entende-se tudo aquilo que está relacionado ao
progresso, contém em si o progresso e contribui para ele, evoluindo
continuadamente na direção de melhores condições de vida, aproveitando os
avanços científicos e tecnológicos. O progressista é favorável ao progresso, às
transformações ou às reformas nos campos político, social e econômico.
Politicamente e especialmente nos dias atuais entendemos que o indivíduo que se
diz progressista é aquele que milita nas fileiras dos partidos de esquerda e
que se une a outros da mesma tendência para enfrentar o neoliberalismo. Essa
pretende ser a imagem que os filiados aos partidos de esquerda pretendem passar
a todos nós. No meu caso sem sucesso algum.
Retrogressivo é aquele que anda para trás, mantém atitudes
conservadoras, atrasadas, retrógradas. Retrogredir, retroceder significa também
declinar de um estado melhor para um pior, bem menos organizado. Significa, não
apenas caminhar para trás, mas, principalmente, uma situação de falência,
apodrecimento, ruína, fracasso, decadência total e absoluta.
No meu modo de ver e entender
essa situação os indivíduos que se auto-intitulam de progressistas são,
verdadeiramente, retrogressivos. Veja por exemplo o caso de China continental.
Hoje ela é uma das maiores potências mundiais. Ela é o único representante do
bloco socialista-comunista, tendo apresentado o maior salto de desenvolvimento
de todo o planeta, tanto nos campos científico, tecnológico e econômico O
trágico nisso tudo foi que, nada, nada mesmo desse seu brutal desenvolvimento,
foi traduzido em beneficio para a população, cuja mão de obra é sabidamente explorada
e vista como escrava no mundo todo.
No ano de 2005 o PIB chinês cresceu em torno de 9%, ritmo considerado
alucinante por especialistas, tornando-se, assim, a 4ª. maior economia do
mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha e Japão. A grande
verdade é que nada desse surto de crescimento e desenvolvimento é repassado
para os mais de 1,5 bilhões de habitantes que, sequer, chegam perto de qualquer
dos benefícios a que têm direito. A qualidade de vida da grande massa
populacional que vive nos campos ou nas minas de carvão é equivalente à totalidade
dos habitantes dos paupérrimos países africanos. A repressão política e a caça
aos dissidentes continuam em escala acelerada, para tanto basta recordar o fantástico
massacre da Praça da Paz Celestial onde foram dizimadas entre 2 e 5 mil pessoas,
justamente por não foram divulgados dados precisos dessa carnificina. O partido
oficial do governo chinês nunca revelou o número exato dos mortos, entretanto
não consegue esconder sua brutalidade. Existe uma claríssima demonstração de
desrespeito aos direitos humanos e de abusos contra os contrários ao regime.
Abertura comercial apenas não significa moderação e respeito ao indivíduo e sim
interesse puramente comercial, exportação e aumento da riqueza interna não
importando com suas conseqüências ao seu próprio povo e aos outros povos. O
super poderoso e bem armado exército chinês mantém a ilha de Taiwan sob a mira
de suas armas, muito embora a ilha tenha proclamado sua independência da China
continental desde 1949. Esses governos de esquerda como os da China, Bolívia,
Cuba, Coréia do Norte, Venezuela e outros considerados por eles próprios progressistas
são, na verdade, retrogressivos. E a minha grande dúvida continua sendo a de
como classificar o atual governo brasileiro.
Afifbittar.blogspot.com.br
Afif Bittar – Sociólogo –
Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração
Geral e em Recursos Humanos.
(01/11/06)
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