Este é, na minha modesta
opinião, um grave vício de linguagem que, infelizmente, vem sendo muito incentivado
pelos veículos de comunicação em todo o país, seja TV, rádio, jornal, revista,
internet etc. Basta assistirem aos filmes estrangeiros e repararem na
quantidade do termo “a gente” nos
diálogos dublados e legendados. Toda essa pobreza de recurso intelectual seguramente
reflete um pequenino e fraquíssimo repertório de vocabulário ou de sinônimos
que são e deveriam ser comumente utilizados na comunicação seja oral ou escrita.
Costumo ouvir frases ditas em pronunciamentos e entrevistas de algumas figuras
importantes da sociedade civil e até mesmo de personalidades governamentais
quando então estas figuras se utilizam exageradamente desse vocábulo, repetindo
muitas e muitas vezes o termo “a gente”.
E olhem meus amigos, são todas as pessoas possuidores de diplomas universitários.
Como é sabido, um time, uma equipe geralmente é composta por um determinado
número de atletas, com todos os titulares e reservas, com técnico,
fisioterapeuta, massagista, roupeiro, médico, preparador físico, enfim, é uma equipe completa, um grupo, um conjunto
de pessoas buscando atingir um objetivo previamente definido e acordado por
todos os seus membros, em suma trata-se de um time pronto para luta e para
enfrentar seus desafios. Os membros desse grupo costumam trabalhar em harmonia sendo
absolutamente interdependentes, isto é, a atividade realizada por uma pessoa
reflete diretamente na atividade dos demais componentes havendo, sem nenhuma dúvida,
uma complementaridade. Isto quer dizer que ninguém, isto mesmo, ninguém faz
nada sozinho. Neste planeta ou em qualquer outro planeta caso estejamos
viajando fora da terra, somos e seremos todos interdependentes. O que uma
pessoa faz reflete imediatamente na atividade que um outro colega faz e assim
sucessivamente. Quando digo “a gente” dou a impressão que estou referindo-me
a mim próprio e não ao grupo ao qual pertenço. Sabe por que? Simplesmente por
que EU = A GENTE e ambos diferem de NÓS. Suponha que você participe de um
grupo de funcionários e que fale em nome do grupo ao qual pertence dizendo: “A gente atendeu em uma semana (6 dias) cerca
228 pessoas. Nesse caso “a gente”
acaba recebendo os créditos pelo trabalho realizado e não o grupo de pessoas no
qual a pessoa está inserida. Isso não pega nada bem. Este vício de
linguagem é um grave defeito que deverá ser combatido por todos nós. Nunca fale
“a gente”, especialmente quando
estiver falando em nome de uma equipe, de seus colegas de trabalho. E sabe por
que? Por que não é “a gente”, somos “nós”,
uma equipe. Poucas pessoas neste país sabem trabalhar em grupo, em equipe.
Isto requer treinamento especializado que poucas empresas e pessoas sabem
conduzir.
EVITE
DIZER “ACHO”
O uso indiscriminado da
expressão “eu acho” ou “acho que” revela
claramente uma dúvida por aquele que “acha”
denotando incerteza, insegurança. Esse costume do “acho que” ou “eu acho” é mais um horroroso vício de linguagem que
foi tristemente adquirido dos massificantes veículos de comunicação. Quem “acha” evidentemente não
sabe, não tem certeza a respeito do que pretende dizer. Deveria se calar ou
então poderia se utilizar de outros termos para melhor expressar suas idéias
sem deixar dúvidas, tais como: suponho,
creio, penso, entendo, considero, a meu ver. De acordo com o dicionário
Houaiss da língua portuguesa, o “achismo”
é uma teoria fundamentada no subjetivismo do “eu acho” que é aplicável a qualquer campo teórico. Dependendo da
pessoa com a qual se comunica usando o “acho”,
você poderá se queimar por ter demonstrado insegurança ao empregar o
duvidoso termo “eu acho”. Este é, lamentavelmente,
um vício horroroso de linguagem que também recebe muitos incentivos de toda a
mídia nacional seja escrita, falada, televisada e eletrônica. Devemos, em ambos
os casos, tanto com o termo “a gente” quanto com “eu
acho”, nos libertar da praga desta maléfica influência televisiva que mais nos
deseduca a todos nós. Vamos ler mais, estudar e nos educar mais, e ver cada vez
menos as medonhas e malfadadas novelas da Globo e de outros canais igualmente
horrorosas que somente acrescentam vícios e defeitos além de deseducarem o já
deseducado povo brasileiro.
afifbittar.
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Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em
Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos
Humanos. (13/02/13).
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