Empregadores queixam-se
freqüentemente das dificuldades que têm em encontrar e reter seus melhores
talentos. Como conseqüência eles estão investido na melhoria de pacotes de
remuneração para garantir a permanência das suas “estrelas”. Essa política,
aparentemente, não surtiu o efeito desejado se considerarmos o resultado de
duas pesquisa realizadas recentemente.
Com um universo que abrangeu
cerca de 2 000 (dois mil) entrevistados nos EUA, Europa e Ásia, a empresa norte
americana de Recursos Humanos The Supplee Group traçou um quadro dos principais
motivos que levam os profissionais a pedir demissão. Contrariando a toda e
qualquer previsão, a insatisfação com a
remuneração não foi o item mais votado e sim o relacionamento com as lideranças
totalizando 26% (vinte e seis por cento) das respostas, seguido pela falta de reconhecimento 10% (dez por
cento). Em último lugar, com 7% (sete por cento) somaram-se os quesitos baixos salários e fraca avaliação de desempenho. Resultados semelhantes
foram computados pela pesquisa on-line de carreiras da Gbiz. Dos 100 (cem)
usuários entrevistados, 77% (setenta e sete por cento) apontaram a falta de perspectivas profissionais como
estopim para uma autodemissão. Em segundo lugar aparecem com 15% (quinze
por cento) das respostas, os problemas
com as chefias. Mais uma vez a questão
salarial se mostrou a menor das preocupações dos profissionais entrevistados com
apenas 8% (oito por cento). Estes dados nos mostram que os profissionais estão
mais preocupados com o desenvolvimento da
própria carreira e com a qualidade dos seus superiores enquanto supervisores. Para
muitos deles não importa tanto uma alta remuneração se as perspectivas de
crescimento dentro da empresa e o ambiente de trabalho são ruins. Um plano de
carreira bem estruturado e que seja compartilhado com o funcionário é uma das
melhores ferramentas para retenção de talentos. Um ambiente de trabalho
liderado por um profissional que saiba conduzir com maestria a sua equipe é um
fator preponderante para garantir a permanência dos profissionais, sem falar
que é o ponto de partida para garantir maiores índices de produtividade da
equipe. O relacionamento com a gerência e com a equipe é um tema que requer
cautela. Os motivos que levam a atritos entre chefes e subordinados podem ser
muitos, desde diferentes opiniões pessoais até a luta por espaço. Esteja certo
que sempre deverá haver mais de uma única solução para cada caso. Contudo, de maneira
geral, manter a linha de comunicação sempre aberta e sem ruídos deverá ser um
passo importante para o entendimento e integração das pessoas. O problema
principal sempre residiu nas comunicações. Elas respondem pelo mau
funcionamento de praticamente todas as áreas nas empresas e pelos transtornos
advindos delas. Freqüentemente são relatados casos em que muitos profissionais
reclamam da falta de clareza do supervisor na hora da divisão do trabalho bem
como ao delegar tarefas. A fim de evitar desencontros caso uma informação não
tenha ficado clara, por que então não procurar esclarecê-la? Perguntas simples
como: o que, quem, para quem, como, quando, onde, por que e para que, ajudam
a esclarecer dúvidas sempre que elas aparecem. Nos casos mais sérios
como aqueles em que há um real temor por parte do chefe em ser superado pelo
subordinado, um diálogo franco e aberto pode ser uma solução adequada.
Obviamente o profissional deverá ser cauteloso para evitar que aquilo que
poderia ser a solução para o fim de seus temores se transforme na sua ruína,
isto é, na perda do seu emprego.
Nota: Trecho extraído e modificado do livro
“Todos podem ser competentes na gestão de pessoas, inclusive você”, de minha
autoria em parceria com o Prof. Djalma Cholas. Livro ainda não publicado.
afifbittar.blogspot.com.br
Afif Bittar – Cientista Social –
Psicólogo Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos
Humanos. (07/10/07)
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