terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Gestão de Pessoas só para o COMPETENTE e poucos o são! – I


Empregadores queixam-se freqüentemente das dificuldades que têm em encontrar e reter seus melhores talentos. Como conseqüência eles estão investido na melhoria de pacotes de remuneração para garantir a permanência das suas “estrelas”. Essa política, aparentemente, não surtiu o efeito desejado se considerarmos o resultado de duas pesquisa realizadas recentemente.
Com um universo que abrangeu cerca de 2 000 (dois mil) entrevistados nos EUA, Europa e Ásia, a empresa norte americana de Recursos Humanos The Supplee Group traçou um quadro dos principais motivos que levam os profissionais a pedir demissão. Contrariando a toda e qualquer previsão, a insatisfação com a remuneração não foi o item mais votado e sim o relacionamento com as lideranças totalizando 26% (vinte e seis por cento) das respostas, seguido pela falta de reconhecimento 10% (dez por cento). Em último lugar, com 7% (sete por cento) somaram-se os quesitos baixos salários e fraca avaliação de desempenho. Resultados semelhantes foram computados pela pesquisa on-line de carreiras da Gbiz. Dos 100 (cem) usuários entrevistados, 77% (setenta e sete por cento) apontaram a falta de perspectivas profissionais como estopim para uma autodemissão. Em segundo lugar aparecem com 15% (quinze por cento) das respostas, os problemas com as chefias. Mais uma vez a questão salarial se mostrou a menor das preocupações dos profissionais entrevistados com apenas 8% (oito por cento). Estes dados nos mostram que os profissionais estão mais preocupados com o desenvolvimento da própria carreira e com a qualidade dos seus superiores enquanto supervisores. Para muitos deles não importa tanto uma alta remuneração se as perspectivas de crescimento dentro da empresa e o ambiente de trabalho são ruins. Um plano de carreira bem estruturado e que seja compartilhado com o funcionário é uma das melhores ferramentas para retenção de talentos. Um ambiente de trabalho liderado por um profissional que saiba conduzir com maestria a sua equipe é um fator preponderante para garantir a permanência dos profissionais, sem falar que é o ponto de partida para garantir maiores índices de produtividade da equipe. O relacionamento com a gerência e com a equipe é um tema que requer cautela. Os motivos que levam a atritos entre chefes e subordinados podem ser muitos, desde diferentes opiniões pessoais até a luta por espaço. Esteja certo que sempre deverá haver mais de uma única solução para cada caso. Contudo, de maneira geral, manter a linha de comunicação sempre aberta e sem ruídos deverá ser um passo importante para o entendimento e integração das pessoas. O problema principal sempre residiu nas comunicações. Elas respondem pelo mau funcionamento de praticamente todas as áreas nas empresas e pelos transtornos advindos delas. Freqüentemente são relatados casos em que muitos profissionais reclamam da falta de clareza do supervisor na hora da divisão do trabalho bem como ao delegar tarefas. A fim de evitar desencontros caso uma informação não tenha ficado clara, por que então não procurar esclarecê-la? Perguntas simples como: o que, quem, para quem, como, quando, onde, por que e para que, ajudam a esclarecer dúvidas sempre que elas aparecem. Nos casos mais sérios como aqueles em que há um real temor por parte do chefe em ser superado pelo subordinado, um diálogo franco e aberto pode ser uma solução adequada. Obviamente o profissional deverá ser cauteloso para evitar que aquilo que poderia ser a solução para o fim de seus temores se transforme na sua ruína, isto é, na perda do seu emprego.
 Nota: Trecho extraído e modificado do livro “Todos podem ser competentes na gestão de pessoas, inclusive você”, de minha autoria em parceria com o Prof. Djalma Cholas. Livro ainda não publicado.
afifbittar.blogspot.com.br

Afif Bittar – Cientista Social – Psicólogo Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.             (07/10/07)

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