Liderança e Administração são duas funções que, com freqüência, se
interligam e se inter-relacionam, contudo, estas duas palavras descrevem duas
concepções absolutamente distintas. A administração
é uma visão dos métodos, é a divisão da empresa ou do trabalho da
organização em partes, é a análise e o sequenciamento desse mesmo trabalho,
buscando descobrir e conseguir uma melhor maneira de fazer determinadas
tarefas. É também racionalização. A isso
tudo chamamos de administração. A liderança
lida com objetivos, com metas, com desafios. O que eu, como líder, pretendo alcançar, conseguir,
quais objetivos atingir? Para onde vou? Segundo Peter Drucker e Warren Bennis, “Administrar é fazer as coisas do jeito
certo e Liderar é como conseguir que a equipe faça as coisas certas”. Liderança
é uma fase da administração. Administradores governam e líderes são seguidos. Líderes
devem ter visão estratégica, saber negociar com o grupo objetivos, metas e
valores para que possam seguir juntos, ao invés de simplesmente controlar as
pessoas. A administração é o grau de
eficácia necessária para que se possa subir mais rapidamente a escada do
sucesso. A liderança determina se a escada está adequadamente apoiada na parede
correta. A administração passou por uma enorme transformação nos anos 90 e,
para que possamos analisar esta mudança, vamos, em primeiro lugar, conceituar o
termo “paradigma”. Esta palavra vem
do grego. Em sua origem era utilizado no sentido apenas científico, entretanto,
nos dias atuais, o termo é empregado usualmente para definir um modelo, teoria, percepção, pressuposto ou
um modelo de referência. Em sentido mais genérico é a maneira como “vemos o
mundo”, não no sentido da vista, do visual, da visão, mas sim em termos de
percepção, compreensão e interpretação de como esse mundo está tratando as
pessoas, se estão felizes ou tristes, se as guerras continuam, se há fome e
miséria e assim por diante. Desejamos saber o que esse mundo nos oferece e como
poderemos desfrutar das oportunidades por ele oferecidas. Um modo simples de
entender um paradigma é vê-lo como um mapa. Todos sabem que um mapa não é um
território, mas sim a explicação de certos aspectos do território em questão.
Assim sendo podemos entender que um paradigma é exatamente uma teoria, uma
explicação, um modelo de alguma coisa. A grande vantagem de um paradigma é que,
com base nele, temos um enorme campo de pesquisa para interpretar a mesma coisa de modos diferentes e desse modo criar um
novo paradigma.
PARADIGMA ANTERIOR. NOVO PARADIGMA.
Autoridade impositiva. Liderança e
consenso.
Objetivos do indivíduo
contrapostos
Objetivos individuais e comunitários se
aos da comunidade.
harmonizam.
Interesses ocultos, manipulação,
tráfico de poder. Abertura,
autenticidade, honestidade, ética.
Rigidez.
Flexibilidade.
Metas impostas, decisões de cima
para baixo. Estímulo à
autonomia, decisões em grupo,
administração participativa.
Em nossa condição de indivíduos
participantes de diferentes grupos profissionais, freqüentemente estamos tão
ocupados com a nossa insegurança pessoal e grupal, com a manutenção do nosso
“ganha pão”. E como o ambiente em que vivemos se altera rapidamente, a
liderança torna-se, dia-a-dia, cada vez mais crítica e mais necessária do que
nunca. A violência corre solta. A eficácia e muitas vezes a sobrevivência do
grupo não dependem apenas de quanto esforço que empregamos e sim, se estamos
canalizando nosso esforço na direção certa e se imprimimos a força suficiente
para nos tirar de dentro do atoleiro em que caímos.
afifbittar.blogspot.com.br
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em
Recursos Humanos. (02/11/07). Trecho extraído e modificado do livro “Todos
podem ser competentes na gestão de pessoas, inclusive você”, de minha autoria
em parceria com o professor Djalma Cholas. Obra ainda não publicada.
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