Os relacionamentos pessoais, interpessoais
e profissionais em geral, não importa a empresa em que você esteja, são muito
complicados e o que deve ficar muito claro para qualquer profissional é que não
existem garantias de que no seu próximo emprego um chefe dos seus sonhos cairá
do céu exatamente no seu colo. O segredo está em saber lidar com os diferentes
estilos e opiniões dos membros da equipe, incluindo o chefe. Demitir-se por não
conseguir lidar com essas diferenças é considerado um ato precipitado. Existem
ainda casos muito mais sérios, principalmente os de assédio moral ou até sexual,
geralmente cometidos por profissionais não só inseguros como também insanos e
receosos com o fato de que o sucesso alheio possa arruinar suas carreiras. Esta
prática não pode ser encarada apenas como um problema de relacionamento, mas
como um abuso covarde que derruba a sua, a minha, a nossa auto-estima, que não
somos nós exclusivamente os únicos a sofrer com estes “ataques”. Os efeitos
destes atos doentios são maléficos também para a empresa que certamente terá
sua imagem arranhada por não possuir políticas de proteção ou coibição desse
tipo nojento de prática. Por ser um assunto muito delicado e de pouco respaldo legal, a vítima deve
ter extremo cuidado ao lidar com o
assunto na empresa. Infelizmente é comum que ela peça demissão, o que poderá
ser uma atitude drástica, considerando-se que é possível reverter o jogo,
principalmente quando o abuso não é do conhecimento das outras lideranças. Há
que se considerar também a delicada questão da imagem da pessoa assediada
quando o assunto se tornar público. Ao contrário do muitos possam pensar,
garantir a empregabilidade em um ambiente com normas, regras e pessoas
conhecidas é um passo fundamental para o sucesso de uma carreira. Mudanças de
empresas devem acontecer quando há claros indícios de que:
- A empresa não compartilha dos mesmos valores seus;
- A empresa não demonstra interesse em aproveitar as habilidades do profissional em outras áreas;
- A empresa não mantém e não demonstra interesse em manter um plano de carreira estruturado para seus profissionais.
Estamos acostumados a ver nas
empresas uma forte justificativa pela perda de talentos, alegando problemas de
remuneração, mascarando os verdadeiros motivos como problemas de relacionamento
entre chefias e subordinados, postura absolutamente lamentável, tendo em vista
que a realidade dos fatos foi inteiramente falseada. Uma organização séria e
competitiva costuma primar por ter regras claras de conduta, de valores e de
qualidade, onde seus recursos humanos adaptam-se às regras e desenvolve-se uma
postura profissional que os garanta no desenvolvimento e sucesso de suas
carreiras. Esta visão analítica representa a realidade brasileira no processo
de gestão de pessoas, sejam diretores, gerentes, supervisores, coordenadores,
chefes, encarregados e todos os demais ocupantes de cargos de supervisão. Todos
estes chefes acreditam que conduzem e que exercem liderança sobre seus
subordinados. Eles crêem que administram com eficácia e eficiência e, quando as
coisas não andam bem, costumam alegar que os problemas não estão nos superiores
e sim nos subordinados, pois estes não estão aptos para desempenhar suas
funções ou ainda por que não se adaptaram ao seu estilo gerencial. Estas
alegações apenas reforçam que nestes casos o incompetente é verdadeiramente o
chefe e não o subordinado, pois esse pobre coitado ( chefe) sequer sabe treinar
seus subordinados.
Todos os grandes problemas
organizacionais passam pela vertente de como as pessoas são conduzidas, ou
melhor, como são lideradas. Pode-se dizer de modo diferente: como as pessoas
não são conduzidas, como não são lideradas.
afifbittar.blogspor.com.br
Extraído do livro “Todos podem
ser competentes na gestão de pessoas, inclusive você.”
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista
em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em
Recursos Humanos. (09/10/07)
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