sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Gestão de Pessoas Só Para o COMPETENTE, e Poucos o São! – II


Os relacionamentos pessoais, interpessoais e profissionais em geral, não importa a empresa em que você esteja, são muito complicados e o que deve ficar muito claro para qualquer profissional é que não existem garantias de que no seu próximo emprego um chefe dos seus sonhos cairá do céu exatamente no seu colo. O segredo está em saber lidar com os diferentes estilos e opiniões dos membros da equipe, incluindo o chefe. Demitir-se por não conseguir lidar com essas diferenças é considerado um ato precipitado. Existem ainda casos muito mais sérios, principalmente os de assédio moral ou até sexual, geralmente cometidos por profissionais não só inseguros como também insanos e receosos com o fato de que o sucesso alheio possa arruinar suas carreiras. Esta prática não pode ser encarada apenas como um problema de relacionamento, mas como um abuso covarde que derruba a sua, a minha, a nossa auto-estima, que não somos nós exclusivamente os únicos a sofrer com estes “ataques”. Os efeitos destes atos doentios são maléficos também para a empresa que certamente terá sua imagem arranhada por não possuir políticas de proteção ou coibição desse tipo nojento de prática. Por ser um assunto muito delicado e de pouco respaldo legal, a vítima deve ter extremo cuidado ao lidar com o assunto na empresa. Infelizmente é comum que ela peça demissão, o que poderá ser uma atitude drástica, considerando-se que é possível reverter o jogo, principalmente quando o abuso não é do conhecimento das outras lideranças. Há que se considerar também a delicada questão da imagem da pessoa assediada quando o assunto se tornar público. Ao contrário do muitos possam pensar, garantir a empregabilidade em um ambiente com normas, regras e pessoas conhecidas é um passo fundamental para o sucesso de uma carreira. Mudanças de empresas devem acontecer quando há claros indícios de que:
  • A empresa não compartilha dos mesmos valores seus;
  • A empresa não demonstra interesse em aproveitar as habilidades do profissional em outras áreas;
  • A empresa não mantém e não demonstra interesse em manter um plano de carreira estruturado para seus profissionais.
Estamos acostumados a ver nas empresas uma forte justificativa pela perda de talentos, alegando problemas de remuneração, mascarando os verdadeiros motivos como problemas de relacionamento entre chefias e subordinados, postura absolutamente lamentável, tendo em vista que a realidade dos fatos foi inteiramente falseada. Uma organização séria e competitiva costuma primar por ter regras claras de conduta, de valores e de qualidade, onde seus recursos humanos adaptam-se às regras e desenvolve-se uma postura profissional que os garanta no desenvolvimento e sucesso de suas carreiras. Esta visão analítica representa a realidade brasileira no processo de gestão de pessoas, sejam diretores, gerentes, supervisores, coordenadores, chefes, encarregados e todos os demais ocupantes de cargos de supervisão. Todos estes chefes acreditam que conduzem e que exercem liderança sobre seus subordinados. Eles crêem que administram com eficácia e eficiência e, quando as coisas não andam bem, costumam alegar que os problemas não estão nos superiores e sim nos subordinados, pois estes não estão aptos para desempenhar suas funções ou ainda por que não se adaptaram ao seu estilo gerencial. Estas alegações apenas reforçam que nestes casos o incompetente é verdadeiramente o chefe e não o subordinado, pois esse pobre coitado ( chefe) sequer sabe treinar seus subordinados.
Todos os grandes problemas organizacionais passam pela vertente de como as pessoas são conduzidas, ou melhor, como são lideradas. Pode-se dizer de modo diferente: como as pessoas não são conduzidas, como não são lideradas.
afifbittar.blogspor.com.br
Extraído do livro “Todos podem ser competentes na gestão de pessoas, inclusive você.”

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.         (09/10/07)

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