quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SER OU NÃO SER UM PROFISSIONAL DE RESPEITO, EIS A QUESTÃO.


Em uma sociedade que se presa verdadeiramente, o profissionalismo de sua força de trabalho é também verdadeiramente respeitado e valorizado. Nessa sociedade o que prevalece é sempre o profissionalismo. Como encarar sua carreira profissional tornando-se alguém de respeito? É ou será possível, de algum modo, visualizar sua carreira como uma religião? Estas e outras questões extremamente importantes cabem a você, e unicamente você, respondê-las todas. Antes que comece o processo de reflexão e a elaborar possíveis respostas, vamos divagar e dar algumas dicas que facilitarão suas reflexões e suas prováveis respostas. Em uma sociedade que realmente valoriza sua força de trabalho, que qualifica e aperfeiçoa essa força, tudo, tudo mesmo funciona muito melhor. Aquele que viver verá. Saia do lugar, tire o seu traseiro da cadeira, leia muito, faça cursos em empresas qualificadas e com consultores idem, somente desse modo você irá viajar pelo mundo do real conhecimento e irá saber o pretendo dizer sobre profissional de respeito e profissionalismo. Nas sociedade antigas aprender um ofício era como se você estivesse se convertendo a uma nova religião. O instrutor, indivíduo super qualificado e muito respeitado na comunidade, durante certo tempo irá derramar sobre seu aprendiz toda carga de informação e conhecimento teórico e prático sobre determinado trabalho/ofício. Aprender um ofício antigamente era como se fosse uma conversão religiosa onde o aprendiz passava a crer naquela profissão e nos seus cânones. Os padrões de qualidade eram ensinados e cobrados durante todo o processo de ensino/aprendizagem. Terminado o ciclo da aprendizagem o treinando apresenta sua primeira obra prima, demonstrando que atingiu as metas pretendidas pelo seu treinador. Antigamente os padrões de qualidade eram extremamente rigorosos, muito diferentes dos controles de hoje. Vemos com muita freqüência nas emissoras de rádios, TVs, imprensa escrita, chamadas da indústria automotiva para revisões e trocas de peças dos produtos que saíram das linhas de produção com defeitos e que poderão causar sérios danos em seus usuários. Triste não é mesmo? Isso não configura, em hipótese alguma, um profissionalismo. Na verdade isso é uma declaração de grave falha do conhecido “controle de qualidade” que não controlou nadinha mesmo. Existem países europeus com fortes tendências na formação e capacitação de profissionais de primeira linha. Essa postura acaba beneficiando-os todos. O lema dessas organizações é esse: “Dentro de cada profissional existe um fiscal controlador de qualidade severo e exigente”. O bom profissional acaba, com o tempo, incorporando todos os padrões que lhe foram transmitidos e transferidos e irá realizar todas as etapas do seu trabalho com perfeição, seja ele remunerado muito bem ou não. O salário, neste caso não é o mais importante e sim o seu nome como profissional, já que sua avaliação de desempenho será feita pelo seu chefe. Se ele for bem pago realizara a obra com perfeição e se for mal pago executará seu trabalho com igual perfeição. Podemos dizer que os  trabalhadores daquele período incorporavam totalmente a ideologia da excelência da qualidade. Podemos afirmar que existe uma correlação entre a qualidade daquilo que desejamos adquirir e o preço do produto desejado. Se o preço é baixo você não pode exigir boa qualidade. Nos dias atuais nos acostumamos com produtos descartáveis, comprados de vendedores ambulantes, de lojas conhecidas por seus preços CR$ 1,99. São produtos descartáveis que chagam em nossas mãos muitas vezes contrabandeados. Essa prática ilícita tem levado ao fechamento de pequenas e médias empresas nacionais bem como tirando o emprego de milhares de brasileiros. Desse modo você sabe o que está levando para casa: produto descartável e desemprego. Pagamos um precinho e levamos para casa um “troço” que não irá durar nada. Se pagamos “mais ou menos” por algum produto sabemos que levamos algo também “mais ou menos” e todas essas aquisições têm vida útil restrita, muito curta mesmo. Para adquirirmos o melhor, a excelência, pagamos generosamente e não pechinchamos no preço. E por que pagamos generosamente? Simplesmente por que sabemos que a qualidade não é questionada e que estamos levando o que existe de melhor daquela família de produtos. Entretanto o que desejamos mostrar não para por aí. O profissionalismo verdadeiro define padrões de conduta e excelência que não se encontram à venda. A filosofia de algumas poucas empresas reside simplesmente no fato de seus diretores não serem perturbados e nem molestados pelos clientes quando reclamam da qualidade dos seus produtos. A tradição da qualidade dessas empresas vem das antigas corporações medievais e sobrevive muito bem até os nossos dias. A formação desse profissionalismo tão desejado por mim e por alguns de nós depende do esforço e dedicação dos nossos governantes, dos políticos, justamente essa categoria que não sabe o que é ser profissional de boa qualidade e que, esses mesmos homens públicos e mulheres, maus políticos, nos desrespeitam diuturnamente. A formação desse profissional depende também dos empresários, das escolas em todos os níveis, de como as famílias educam seus filhos, dos ambientes externos freqüentados pelos jovens, enfim, depende de todos nós, da sociedade como um todo. A excelência dos centros de formação de profissionais de boa qualidade são áreas de educação, treinamento e desenvolvimento das organizações. Considero essas áreas com sendo as maiores responsáveis por incutir nas cabeças dos treinandos padrões de conduta e excelência. Com uma boa política de educação, treinamento e desenvolvimento o empregado incorporou a ideologia da perfeição. Ele aprendeu a construir a excelência de seu trabalho e não a fazer as coisas de qualquer jeito. Ele somente se sente feliz quando atinge a excelência. Existem países com fortíssima tradição com o profissionalismo e que se beneficiaram muito com essa prática. Cada pessoa, cada profissional é responsável pelo seu trabalho.  Ele é o seu próprio fiscal o qual está dentro de si. Veja, por exemplo como somos  atendidos nas clínicas médicas e de diagnósticos, por atendentes, médicos e pelos demais “profissionais” como advogados, engenheiros, vendedores, garçons, professores, dentistas, policiais militares e civis, enfermeiros, veterinários, juízes, delegados, sacerdotes, pastores e outros. Veja ainda como nossos chefes, gerentes e diretores das empresas por onde passamos nos receberam e nos trataram. Hoje em dia muitas organizações jogam pelas janelas fortunas em verdadeiros “exércitos de tomadores de conta”. Os componentes desses exércitos constituem os chamados controladores de qualidade. Esses exércitos nem sempre conseguem cumprir com suas obrigações haja vista as chamadas que empresas costumam fazer para revisão dos seus produtos que saem defeituosos das linhas de produção. Nas empresas onde o profissionalismo prevalece, o capricho é uma religião comum a um número restrito de seguidores. Finalizando devo dar um recado aos curiosos, amadores e falsos profissionais da área de Gestão de Pessoas e de Educação, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas: Em uma sociedade que pensa, onde predomina o profissionalismo  de sua força de trabalho, tudo funciona muito melhor. Não há por que duvidar dessa afirmação. Essa mudança  somente irá ocorrer depois de muito esforço e dedicação na formação e desenvolvimento de profissionais. Essa medida irá implicar no investimento de recursos financeiros e no tempo empregado na educação e treinamento das pessoas. Como dito anteriormente, este campo não é para curiosos, amadores, falsos profissionais, falsos profetas, paraquedistas e leitores de orelhas de livros. Estes indivíduos que invadiram e infestaram as áreas de RH somente denigrem e desvalorizam um trabalho nobre e que deve ser desenvolvido por profissionais competentes.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.     (09/01/12) 
afifbittar.blogstar.com

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