quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Revolução das Máquinas e o Capital Humano.


Ned Ludd liderou no ano de 1811 na Inglaterra um movimento operário contra a introdução das máquinas nas indústrias do seu país. Na terra do lendário Robin Hood, a famosa Nottingham, os adeptos de Ned Ludd quebravam máquinas na tentativa de impedir que elas tomassem seus lugares nas fábricas. Esse movimento se alastrou pela Europa até 1816 quando, finalmente, arrefeceu. O maior exemplo que podemos tirar dele é que as inovações e as introduções de novas tecnologias abalam enormemente as relações sociais seja no trabalho ou na própria família, pois é na família que o trabalhador tem sua guarida e para ela ele vive. Hoje vivemos grandes e significativas evoluções da capacidade inventiva do ser humano, em que pese estarmos atravessando a maior crise jamais vista por todos nós. A revolução na tecnologia das comunicações abriu uma nova era em que o conhecimento se tornou o elemento decisivo da produção. À primeira vista devemos observar que essa nova tecnologia das comunicações chegou carregada de um potencial enorme, capaz de criar coletivos inteligentes e de resgatar uma comunidade inteira, além de enriquecer o processo de aprendizagem. A primeira revolução industrial transformou a atividade produtiva humana bem como mudou radicalmente a face do planeta. A segunda revolução, a da introdução das fontes de energia, modificou nosso cotidiano de tal maneira que hoje não sabemos mais viver sem energia elétrica. A terceira e talvez a maior e mais importante de todas é a revolução tecnológica, iniciada nos anos 70, e que está provocando transformações marcantes em todo o planeta. O sociólogo espanhol Manuel Castells vê essa revolução como um processo de retroalimentação contínua da microeletrônica, da computação, da ótica eletrônica, das telecomunicações e da biotecnologia.  De acordo com esse processo cada invenção reconfigura as demais áreas tecnológicas gerando novos inventos e novas reconfigurações. Isto posto, em virtude da extrema velocidade dos acontecimentos e dos eventos, a sensação que sentimos é que tudo fica velho e obsoleto em muito pouco tempo. Todos esses inventos e invenções a sociedade deve ao capital humano. E o que é capital humano? Pode-se dizer que seja o conhecimento, a habilidade, a experiência e o poder de inovação e invenção do ser humano para realizar suas funções, suas atividades, seja na empresa onde trabalha ou na sua casa. Essa criatividade está diretamente relacionada com sua educação e formação profissional. Ao contrário do capital estrutural da empresa, o capital humano não é das organizações, não lhes pertence. O diferencial da competitividade das empresas está centrado na capacidade criativa dos seus funcionários. A base para o desenvolvimento da capacidade criativa reside na educação. O trabalhador brasileiro possui baixo nível educacional. O que vem piorar ainda mais essa questão são nossas escolas de primeiro, segundo e terceiro graus que oferecem cursos com baixa qualidade de ensino. A educação assim como o conhecimento adquirido pelo funcionário é inalienável e dele não podem ser retirados. Lamentamos muito o número de analfabetos funcionais no Brasil fato que comprova a baixa qualidade do nosso ensino. A tecnologia é sem dúvida alguma a primeira e principal preocupação que a sociedade da informação deve dominar. E quem deverá realizar essa tarefa? Se você disser que é o HOMEM, acertou. Por homem entendemos o ser humano, homens e mulheres partilhando e competindo em igualdade de condições os desafios e oportunidades que a sociedade apresenta. A empregabilidade exige dos candidatos além da capacitação profissional um nível educacional aprimorado e compatível com o cargo pretendido. Pode-se dizer que a vice-versa é verdadeira. Muitas empresas têm oferecido elevado número de vagas e que continuam abertas, pois os candidatos não apresentam escolaridade de segundo e de terceiro graus compatíveis com o cargo oferecido. Concluímos que as oportunidades de trabalho dependem fundamentalmente dos conhecimentos acumulados pelas pessoas e dos desafios que essas pessoas desejam enfrentar na construção das suas carreiras.
Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.                (16/07/09).

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