quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Competência, um produto em falta nas prateleiras das empresas.

A teoria das competências nas organizações privadas mais atualizadas e mais modernas não é novidade nas áreas de Recursos Humanos, entretanto, nos organismos governamentais, seja na esfera municipal, estadual ou federal, é assunto para ser discutido sem, entretanto, se chegar a qualquer conclusão, visto que o que mais interessa quando se admite um funcionário novo, não é a competência que tem maior peso e sim o QI, isto é, Quem Indicou. Para que sejam definidas as competências essenciais de qualquer organização, pública ou privada, é necessário que seja efetuado, antecipadamente, um Planejamento Estratégico. As competências essenciais definidas a partir do planejamento estratégico são extremamente fundamentais e de vital importância ao planejamento como um todo, visto que irão contribuir substancialmente na determinação do rol de competências de todos os colaboradores da empresa ou instituição. Lamentavelmente não temos observado nenhuma preocupação desse tipo em muitas instituições sejam privadas ou públicas no Brasil. Os organismos quer sejam da educação, da saúde ou da segurança pública brasileiros estão centenas de anos luz distantes das necessidades e anseios da população. Como exemplo vou citar a guerra contra o tráfico. Esta guerra que mais parece com a “guerra dos cem anos”, tem tido sempre um único vencedor, o tráfico. Será que esses órgãos e seus homens chaves têm noção de qual seja a Missão da sua empresa e da sua área de atuação? Caso possuam conhecimento da Missão, serão capacitados para o exercício da função, isto é, têm competência para tanto? Recebem treinamento adequado para o exercício do cargo? E a motivação como anda? A segurança pública é apenas um exemplo do que ocorre em todo território nacional, em todas as áreas como educação, saúde, justiça, previdência social, economia, transporte, planejamento, administração etc. Todas as autoridades, indistintamente, a partir do Presidente da República, passando por Governadores, Prefeitos e demais administradores públicos, costumam decidir aqueles que deverão ocupar postos extremamente importantes no cenário nacional, regional e local, sem pensar ou por desconhecerem o que seja:
-          Missão; Planejamento Estratégico; Liderança; Competência; Inteligência;
-          Motivação; CHA – (conhecimento, habilidade e atitude).
Podemos, grosso modo, entender competência como a soma de conhecimentos, habilidades e atitudes que afetam mais significativamente o desempenho de um papel profissional, objetivando a agregação de valores aos resultados organizacionais.
Aqui a habilidade indubitavelmente torna-se uma competência no momento em ela se tornou um diferencial no negócio de modo positivo é lógico. A de gestão da competência é um processo estritamente relacionado à gestão estratégica da empresa e é desta maneira que atinge enorme importância na gestão de gente, porque permite o foco nas ações do indivíduo, transformando, para não dizer revolucionado totalmente a velha e boa arte de administrar pessoas. O feliz casamento havido entre a moderna gestão de pessoas por competência com o planejamento estratégico vem produzindo resultados extremamente positivos no que tange a melhoria dos índices de produtividade nas poucas empresas pioneiras que ousaram adotar esta metodologia. Creio que haja pouco ou nenhum interesse político na adoção desse tipo de gerência por parte dos órgãos públicos, visto que tal prática somente atrapalharia o tipo de “gestão clientelista” adotado por tais organismos. Faz algum tempo sugeri a um político recém eleito prefeito de São João da Boa Vista – SP que realizasse um seminário sobre Planejamento Estratégico com seus diretores. Ele garantiu-me que o faria. Mais uma promessa não cumprida. Com pessoas desse nível não me meto mais. 

Afif Bittar – Graduado em Sociologia – Especialista em Psicologia Social - Consultor de empresas em Recursos Humanos e em Administração Geral.   (25/10/04).

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