quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conta Gotas XVI.

“Eu” é igual “A Gente” e diferente de “Nós”.
Tudo que “eu” sou e sei aprendi nos grupos sociais com os quais convivo atualmente e convivi.  Nasci, cresci e fui educado em uma família, estudei em diferentes escolas onde muito aprendi, recebi uma educação religiosa da preferência de minha família, participei de alguns grupos de amigos tendo recebido inúmeras influências, freqüentei um clube onde travei muitos conhecimentos, trabalhei em algumas empresas onde pude enriquecer meu currículo profissional e pessoal. Todos esses contatos contribuíram substancialmente para a formação educacional, cultural e profissional da minha personalidade. Na verdade “eu” sou tudo o que demonstro através do meu comportamento, “eu” não sou apenas “eu” e sim “nós”. O principal defeito de todos “nós” brasileiros é dizer quando algo foi feito por uma equipe, “a gente fez isso ou aquilo” quando deveria dizer “nós fizemos”. Nada se faz sozinho. Vivemos em grupo, trabalhamos em grupo, nascemos em um grupo social, fomos e continuamos sendo educados em diferentes grupos sociais, recebemos uma formação cultural, educacional e profissional em diversas instituições, enfim, somos produtos do meio em que nascemos e vivemos, crescemos e, lamentavelmente, não aprendemos a dizer “nós”. Neste particular a educação falhou redondamente. Recebemos uma educação muito individualista e voltada inteiramente para o individualismo, para uma competição individual e não grupal. Nas empresas meu trabalho tem relação com o trabalho de outras áreas e pessoas. Somos interdependentes. “Eu” sozinho não sou ninguém. Perceba que “eu” recebo parte do meu trabalho de uma área, realizo atividades em apenas uma determinada parcela do trabalho  total enviando-a, em seguida, para outra área a fim de que seja dada continuidade nas operações e conclusão do serviço. Todos devemos trabalhar como se fossemos um time de futebol ou de basquete, onde toda a equipe irá atuar como se a vitória de um seja a vitória de todos. “Eu” deve ser substituído por “Nós”. Deixe de usar e abusar desse termo individualista “A Gente”. Fale menos na primeira pessoa do singular e mais na primeira pessoa do plural. Lembre-se, ninguém faz sucesso sozinho.

Afif Bittar – Sociólogo – Especialista em Psicologia Social – Consultor de empresas em Administração Geral e em Recursos Humanos.    (15/02/11).

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